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CRUZEIRO

Paulo Bento vê injustiça em revés e encara com naturalidade gritos de 'burro' no Mineirão

Técnico analisou derrota de goleada para o Atlético-PR e protestos do público

Rafael Arruda
Paulo Bento lamentou o resultado negativo no Mineirão, mas considerou o placar injusto nesta segunda-feira - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press

O técnico Paulo Bento considerou injusta a derrota do Cruzeiro por 3 a 0 para o Atlético-PR, no Mineirão, resultado que irritou os mais de 32 mil torcedores presentes no estádio na noite desta segunda-feiraNa análise do comandante, o domínio exercido pelo clube celeste até os 20min do segundo tempo, quando saiu o primeiro gol do Furacão, poderia ter tornado a história da partida diferente.

“Creio que alargaria o tempo em que estivemos bemAté os 20 minutos da segunda parte criamos oportunidades suficientes para termos ganhado o jogoForam demasiadas situações de gol e demasiado domínioNão fizemos o gol, mas ainda controlamosDepois, com a desvantagem de 1 a 0, perdemos o controle do jogo e sentimos o gol que sofremosO 2 a 0, depois, foi golpe muito duro na parte mental para a nossa equipeAinda tivemos uma situação de fazer 2 a 1, não conseguimos, aí sim perdemos completamente o controle que tínhamos”, analisou Bento, em entrevista coletiva depois da partida.

Os números do Footstats mostram que o Cruzeiro criou mais durante os 90 minutosDas 18 finalizações, oito foram em direção ao goleiro Weverton, responsável por pelo menos quatro defesas difíceisJá Fábio, arqueiro da Raposa, não fez nenhuma intervenção importanteSó que o Atlético-PR se mostrou eficaz e acertou todas as chances cara a cara com o goleiro cruzeirense
Pablo e André Lima, duas vezes, marcaram os gols do rubro-negro.

“Nossa exibição durante 65 minutos foi mais que suficiente para conseguirmos o resultadoSó que em termos de eficácia fomos nulosE ao primeiro erro fomos penalizadosIsso traz desconfiançaO resultado não acompanha aquilo que foi a qualidade do jogo”, frisou.

Nesta segunda-feira, ao colocar Allano no lugar de Ariel Cabral, Paulo Bento foi chamado de “burro” pela torcida do CruzeiroO detalhe é que o jogador, apesar de ter chamado a responsabilidade e até finalizado uma vez a gol, foi vaiado em quase todas as vezes que pegou na bolaPerguntado sobre os protestos do público, o português encarou com naturalidade e manteve a “consciência tranquila” pelo trabalho realizado até o momento.

“Não acho que haja diferenças entre aquilo que é futebol europeu, futebol sul-americanoÉ assim em todo lugarEstou onde queria estar, sei o que as pessoas pretendem, em termos gerais, para o clube, sei que os resultados não estão dentro daquilo que esperávamos até aqui, mas essas situações são iguais para todo ladoA função do treinador é a mais volátil que há no mundo
Numa situação como essa, mais aindaRespeito as opiniões, embora não concorde com algumas delasO que posso dizer é que me dedico ao clube o maior tempo possível, em termos organizacionais, etcnunca gastei tanto tempo como estou gastando aquiEstou satisfeito com os jogadores, com a postura delesAgora vamos procurar estruturar o clube da melhor maneira possívelEstou com consciência tranquila por tudo que tenho feito, assim como minha equipe”.

Derrotado pela terceira vez em sete jogos no Mineirão, o Cruzeiro continua na parte da tabela do Brasileiro, com 15 pontosO time ocupa a 15ª posição e só não está na zona de rebaixamento porque venceu mais jogos que Coritiba e Figueirense (4 a 3)No próximo domingo, às 16h, a equipe tentará se recuperar diante do Fluminense, no Estádio Edson Passos, no Rio de Janeiro.