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FINANÇAS

Times de 2013, 14 e 15 fazem dívida crescer, e Cruzeiro vê investimento cair, diz estudo

Segundo levantamento, clube encerrou ano passado com débito de R$ 262 milhões

postado em 22/06/2016 08:02 / atualizado em 21/06/2016 20:26

Ramon Lisboa/EM
O Cruzeiro fechou o ano de 2012 com uma dívida orçada em R$ 109 milhões. Apesar de alto, o valor é menor que a metade do que o clube deve atualmente: cerca de R$ 262 milhões. Os motivos do aumento, segundo um estudo do Banco Itaú BBA que analisa as finanças dos clubes brasileiros, são as crescentes despesas com o futebol e as pendências fiscais com o governo.

A formação do time bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 é um dos fatores que fizeram a dívida operacional com futebol disparar. De um ano para o outro, os valores cresceram de R$ 43 milhões para R$ 72 milhões. Após diversas perdas no time multicampeão, a remontagem do elenco também fez com que as cifras crescessem até o valor atual, que é de R$ 78 milhões, segundo o estudo.

“Esse aumento de custo é sempre explicado por isso. Quando você faz um investimento grande num ano, ele vai acabar dando retorno, vai acabar impactando muitas vezes no ano seguinte. O Cruzeiro vendeu muitos jogadores no começo de 2015 e precisou contratar tantos outros. Em geral, essas contratações (de 2015) acabaram sendo mais caras, os custos delas no dia a dia é mais caro do que o dos jogadores que saíram”, analisa Cesar Grafietti, líder do estudo produzido anualmente pelo Itaú BBA.

O clube não comenta publicamente sobre as finanças, que são tratadas internamente. O balanço financeiro anual, por outro lado, é divulgado em jornais de grande circulação. No documento sobre 2015, o Cruzeiro contradiz os valores da pesquisa e afirma que a dívida é de R$ 183.423.991,20. Internamente, os dirigentes admitem que as despesas na montagem do time bicampeão ainda impactam os investimentos celestes, que caíram drasticamente nesta temporada.

As dívidas relativas a impostos não pagos ao governo também aumentaram. De R$ 45 milhões em 2012, o valor subiu até R$ 167 milhões em 2015, diz o estudo do Itaú BBA. A vantagem é que os valores estão sendo renegociados e parcelados a partir da adesão do clube ao Programa de Modernização do Futebol Brasileiro (Profut). E isso já tem afetado o modo de gerir o Cruzeiro, que pode utilizar, no máximo, 80% da receita bruta no futebol.

Para os próximos anos, segundo o economista, a tendência é que os investimentos no esporte caiam, para que a dívida seja equacionada.

“Os clubes vão ter que se adequar. E, certamente, vão ter trabalho ao longo de 2016. Alguns começaram antes, então vai ser um trabalho menos doloroso em 2016. O Cruzeiro tem que se adequar, para que em 2017 o clube comece com uma adequação ao Profut mais organizada. O que é bom é que parece que o Cruzeiro está fazendo isso. O que é ruim para o torcedor é que ele tende a ver times menos fortes nos próximos anos”, analisou Grafietti.

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