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FINANÇAS

Times de 2013, 14 e 15 fazem dívida crescer, e Cruzeiro vê investimento cair, diz estudo

Segundo levantamento, clube encerrou ano passado com débito de R$ 262 milhões

Montagem do elenco bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 fez o Cruzeiro reduzir investimentos para 2016 - Foto: Ramon Lisboa/EM
O Cruzeiro fechou o ano de 2012 com uma dívida orçada em R$ 109 milhõesApesar de alto, o valor é menor que a metade do que o clube deve atualmente: cerca de R$ 262 milhõesOs motivos do aumento, segundo um estudo do Banco Itaú BBA que analisa as finanças dos clubes brasileiros, são as crescentes despesas com o futebol e as pendências fiscais com o governo.

A formação do time bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 é um dos fatores que fizeram a dívida operacional com futebol dispararDe um ano para o outro, os valores cresceram de R$ 43 milhões para R$ 72 milhõesApós diversas perdas no time multicampeão, a remontagem do elenco também fez com que as cifras crescessem até o valor atual, que é de R$ 78 milhões, segundo o estudo.

“Esse aumento de custo é sempre explicado por issoQuando você faz um investimento grande num ano, ele vai acabar dando retorno, vai acabar impactando muitas vezes no ano seguinteO Cruzeiro vendeu muitos jogadores no começo de 2015 e precisou contratar tantos outrosEm geral, essas contratações (de 2015) acabaram sendo mais caras, os custos delas no dia a dia é mais caro do que o dos jogadores que saíram”, analisa Cesar Grafietti, líder do estudo produzido anualmente pelo Itaú BBA.

O clube não comenta publicamente sobre as finanças, que são tratadas internamenteO balanço financeiro anual, por outro lado, é divulgado em jornais de grande circulaçãoNo documento sobre 2015, o Cruzeiro contradiz os valores da pesquisa e afirma que a dívida é de R$ 183.423.991,20Internamente, os dirigentes admitem que as despesas na montagem do time bicampeão ainda impactam os investimentos celestes, que caíram drasticamente nesta temporada


As dívidas relativas a impostos não pagos ao governo também aumentaramDe R$ 45 milhões em 2012, o valor subiu até R$ 167 milhões em 2015, diz o estudo do Itaú BBAA vantagem é que os valores estão sendo renegociados e parcelados a partir da adesão do clube ao Programa de Modernização do Futebol Brasileiro (Profut)E isso já tem afetado o modo de gerir o Cruzeiro, que pode utilizar, no máximo, 80% da receita bruta no futebol.

Para os próximos anos, segundo o economista, a tendência é que os investimentos no esporte caiam, para que a dívida seja equacionada

“Os clubes vão ter que se adequarE, certamente, vão ter trabalho ao longo de 2016Alguns começaram antes, então vai ser um trabalho menos doloroso em 2016O Cruzeiro tem que se adequar, para que em 2017 o clube comece com uma adequação ao Profut mais organizadaO que é bom é que parece que o Cruzeiro está fazendo issoO que é ruim para o torcedor é que ele tende a ver times menos fortes nos próximos anos”, analisou Grafietti.