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20 ANOS DA COPA DO BRASIL'1996

Vítor lembra título do Cruzeiro em 1996 com carinho: 'Experiência incrível. BH incendiou'

Lateral-direito na decisão da Copa do Brasil, Vítor relembrou momentos da conquista

postado em 18/06/2016 08:00 / atualizado em 17/12/2020 02:47

Vinte anos se passaram, mas o ex-lateral-direito Vítor, do Cruzeiro, lembra até hoje quão intensa foi a final da Copa do Brasil contra o Palmeiras, no antigo Parque Antarctica, naquele 19 de junho de 1996. Pela função que exercia, ele tinha que se preocupar com a defesa e com o ataque, principalmente pela qualidade do rival. O Cruzeiro havia empatado o jogo de ida por 1 a 1 no Mineirão e precisava a todo custo da vitória em São Paulo.

“Não adianta só apoiar, fazer cruzamento e tomar bola nas costas. Eu tinha a prioridade de ajudar na defesa e fui muito feliz aquele dia, no suporte à zaga, com toda aquela pressão do Palmeiras”, lembra Vítor em entrevista ao Superesportes.

A vitória por 2 a 1 foi o prêmio por tanto esforço naquela noite. O ex-cruzeirense ressaltou que a comemoração palmeirense já estava armada, tamanha era a confiança do adversário de que bateria o Cruzeiro. “Nos bastidores já estava tudo esquematizado: festa, convite para a festa do Palmeiras... mas a gente mostrou assim que entrou no Parque Antarctica que poderia derrubar o ‘gigante’. Poucos acreditavam na gente”, comentou.

Confira a entrevista de Vítor ao Superesportes:


A conquista

(Foto: Arquivo Estado de Minas)
Para mim realmente foi uma experiência muito boa. Quando eu cheguei ao Cruzeiro, eu já conhecia alguns jogadores. Eu conhecia o Palmeiras também, por já ter jogado no São Paulo. Aquele time era uma equipe muito forte. Mas, com o tempo, eu aprendi que não basta ter uma grande equipe com grande jogadores. O favoritismo era do Palmeiras, ainda mais jogando na sua casa, mas o futebol é surpreendente. A gente tinha muita confiança no título. Nós tínhamos grandes jogadores, jogadores de seleção.

Clima

Tudo na vida que você se prepara achando que está absoluto, a casa cai. Nos bastidores já estava tudo esquematizado: festa, convite para a festa do Palmeiras... mas a gente mostrou assim que entrou no Parque Antarctica que poderia derrubar o gigante. Poucos acreditavam na gente. Para mim, fica na história. Tenho certeza que passou isso na cabeça deles, que eles tinham ganhado. A gente viu todo mundo chorando no estádio, arrasado. O que me marcou mesmo foi isso, ver o estádio, porque no Parque Artarctica a torcida ficava muito próxima. A gente viu o torcedor palmeirense decepcionado porque acreditavam muito na vitória. Só quem passou por isso para ver, foi bem impactante.

Pressão do Palmeiras


Não adianta só apoiar, fazer cruzamento e tomar bola nas costas. Eu amadureci muito na minha carreira a parte defensiva. Eu tinha essa prioridade de ajudar na defesa. Eu fui muito feliz aquele dia, no suporte à zaga, com toda aquela pressão do Palmeiras. Agora, o Dida é monstro, além de ser um grande goleiro, consagrado, deu muita segurança. O Dida ali foi um gigante, tomamos muita pressão.

Levir Culpi

O que eu gostava dele (Levir) é que ele é muito íntegro, calmo. Ele nunca apelou com ninguém. E olha que ele tinha toda moral pra isso. Não tinha aquela pressão. Ele falava assim: ‘A hora chegou, não tem como correr, vamos para cima deles'. Ele sempre falava isso.

Chegada a Belo Horizonte

Foi uma consagração, acho que Belo Horizonte ficou muito linda, foi um experiência incrível. Para mim, a conquista foi muito grande. Tinha que ver… BH incendiou… foi loucura, muito bonito.

História no Cruzeiro

Agradeço muito ao Cruzeiro. O Cruzeiro foi um clube que me abraçou, abriu as portas para mim, me acolheu muito bem, foi muito gratificante. O Perrella (presidente Zezé Perrella) foi até São Paulo buscar a gente, hoje em dia não fazem mais isso. Me marcou muito, me senti muito bem. Ficamos na história. O Cruzeiro é um clube que sempre foi correto. Eu é que errei com o Cruzeiro. O Cruzeiro foi muito bom para mim, sempre. Eu fui para o Vasco, emprestado, em 1998. Quando eu voltei para o Cruzeiro no fim daquele ano, o meu passe era do Cruzeiro. Como eles não tinham depositado ainda meu Fundo de Garantia (FGTS), eu fui orientado a pegar meu passe. Hoje eu não faria isso, eu poderia ter voltado para o Cruzeiro, me recuperado no Cruzeiro. Foi um erro. Tenho um carinho muito grande com o clube. Tenho que agradecer sempre ao Perrella, ao Benecy (supervisor da época), que era um pai pra gente, ele nos fortalecia. Todos tinham muito caráter.

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