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20 ANOS DA COPA DO BRASIL'1996

Gélson Baresi sobre a festa da Copa do Brasil de 1996: 'Mostramos que o Cruzeiro era gigante'

Zagueiro teve missão de parar ataque palmeirense na final da Copa do Brasil de 1996

postado em 18/06/2016 08:00 / atualizado em 17/06/2016 22:19

Segurar o grande ataque do Palmeiras na final da Copa do Brasil de 1996 não seria uma tarefa das mais fáceis. O ex-zagueiro cruzeirense Gélson Baresi foi um dos responsáveis por parar o esquadrão alviverde. “A pressão a gente sabia que seria natural, o Dida fez grandes defesas, eu tirei duas bolas na linha. Nós sabíamos que não poderíamos nos encolher” disse o ex-jogador da Raposa sobre o feito que completa 20 anos neste domingo, 19 de junho.

O Cruzeiro sofreu um ‘bombardeio’ no segundo tempo da partida realizada no Parque Antarctica. Mesmo assim, a equipe estrelada buscou o resultado e venceu por 2 a 1 (jogo de ida acabou empatado em 1 a 1). Devido às dificuldades, Baresi acredita que essa conquista é uma das mais importantes da história do Cruzeiro. “A gente não tinha noção da quantidade de pessoas que estariam nos esperando (em Belo Horizonte). Quando chegamos, nós tivemos a real noção do que aquele título representava para o torcedor. A multidão recebeu a gente em festa”, revelou Gélson Baresi ao Superesportes.

Confira a entrevista de Gélson Baresi ao Superesportes:


A conquista

(Foto: Arquivo EM)
Na ocasião, o time do Palmeiras era uma sensação, ganhava de goleada. O eixo Rio de Janeiro/São Paulo ficava em evidência, mas nossa equipe era um grande time. Ganhamos do Vasco, Corinthians. Porém, claro que a mídia valorizava mais as equipes de São Paulo e Rio de Janeiro. Como no primeiro jogo nós tivemos um empate, as pessoas davam como certo o título do Palmeiras. Se não me engano, eles sempre faziam mais de dois gols no Parque Antarctica. Nosso grupo era muito fechado, muito unido e tínhamos jogadores de qualidade. A equipe não se desesperou depois do gol (na segunda partida), jogamos de igual para igual… tivemos uma grande noite do Dida. Acho que só quem acreditava naquela conquista éramos nós, diretoria, jogadores e torcida. Mostramos nossa força, a força do Cruzeiro. Foi uma conquista bem marcante, uma conquista que trouxe muito orgulho ao torcedor. A chegada a BH foi muito marcante, a cidade lotada, marcou muito a vida dos cruzeirenses.

Pressão palmeirense

A pressão a gente sabia que seria natural, o Dida fez grandes defesas, eu tirei duas bolas na linha. Nós sabíamos que não poderíamos nos encolher. Foi um jogo no qual eles tinham bastante qualidade, então o panorama seria esse. Dentro do geral, o trabalho foi bem realizado, porque conseguimos parar um ataque no qual ali dentro do Parque Antarctica era difícil de parar.

Levir Culpi

O Levir sempre confiou muito na nossa equipe, e o ponto favorável dele é que ele colocava a gente para jogar. Ele não queria que a gente desse chutão. Então, ele sempre deu essa confiança de procurarmos ter a bola, mesmo sendo pressionada a gente tinha o controle, saía jogando. Então, acho que esse foi um ponto importante. Ele também conseguiu a união de todos do grupo, até quem não estava relacionado se sentia prestigiado, isso foi muito importante.

União

Éramos muito unidos fora de campo, fazíamos questão de estar juntos nos momentos de lazer, fazíamos churrasco, gostávamos de estar juntos e levávamos essa união para dentro do campo, um ajudava o outro.

Relação com os jogadores do Palmeiras

Hoje existem muitas câmeras, o atleta não pode falar nada que é punido. Então, é claro que a gente falava, brincava um com outros, até mesmo para tentar que o atleta perdesse o controle mental, fazia parte da estratégia do jogo. A gente tinha amigos no Palmeiras também. A conversa sempre existiu dentro de campo, sem ofender, mas tentando descontrolar. A gente sabia que o Djalma tinha esse destempero, apesar que não foi o caso desse jogo. A gente procurava isso no decorrer da partida. Esse jogo em si, na final, foi mais tranquilo, eles estavam bem confiantes e a gente focado no nosso objetivo de ser campeão

Motivação

Me marcou bastante ao chegar no Parque Antarctica, ao descer do ônibus, o Palmeiras já tinha um convite de comemoração do título numa boate, já dando como certa a conquista daquele campeonato. Eu paguei esse convite e mostramos para alguns jogadores: 'estão dando como certa, não estão respeitando a gente'.

Recepção da torcida em BH

A gente não tinha noção da quantidade de pessoas que estariam nos esperando. Quando chegamos, nós tivemos a real noção do que aquele título representava para o torcedor. A multidão recebeu a gente em festa. É uma imagem que eu tenho gravada na memória. As ruas estavam lotadas, os torcedores correndo acompanhando o caminhão do Corpo de Bombeiros, nos agradecendo. Foi um momento muito marcante essa situação. Essa chegada foi bem emocionante Para o torcedor cruzeirense, esse título tem uma importância diferente, porque ele se sentiu menosprezado pelo eixo. Depois da conquista, o torcedor ficou orgulhoso, mostrou pro eixo que o Cruzeiro era gigante, que tinha de ser respeitado.

 

 

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