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20 ANOS DA COPA DO BRASIL'1996

Campeões da Copa do Brasil de 1996 relembram chegada do Cruzeiro a BH: 'Parou a cidade toda'

Ex-jogadores ressaltaram a festa da torcida do Cruzeiro após conquista da competição

Rafael Arruda Thaynara Amaral Tiago Mattar

Praça Sete de Setembro, no Centro de Belo Horizonte, ficou completamente tomada por cruzeirenses - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D. A Press (arquivo EM)
Conquistas heroicas são marcadas por grande festa dos torcedores. Com a Copa do Brasil de 1996, vencida pelo Cruzeiro há 20 anos, não foi diferente. Dezenas de milhares de cruzeirenses lotaram o Aeroporto da Pampulha e as ruas de Belo Horizonte para receber os campeões em 20 de junho daquele ano, dia seguinte à vitória por 2 a 1 sobre o Palmeiras em São Paulo. Para muitos, foi a maior festa já vista na capital mineira na celebração de um título.


Para jogadores e comissão técnica do Cruzeiro, aquele título teve um sabor ainda mais especial por conta da multidão que os recebeu em BH. Para muito deles, “foi o título mais difícil conquistado pelo Cruzeiro em toda história”. Até por isso, todos “estavam ansiosos para chegarem a Belo Horizonte”. O elenco sabia “que a torcida ia para o aeroporto”, mas ninguém tinha “noção da quantidade de pessoas que estaria no aeroporto”. "Foi surpresa", “algo impressionante”, “emocionante”.

“O carro do Corpo de Bombeiros” estava esperando os jogadores para “a homenagem” nas ruas. “O caminhão não conseguia andar”. O motivo? A China azul. “O torcedor parou tudo”, “parou a cidade inteira”. “As ruas estavam lotadas”. “Belo Horizonte incendiou”. “Foi loucura”. Tal ocasião “parecia carnaval fora de época ou feriado”, “O torcedor ficou orgulhoso”.

Esse momento tão marcante na história do clube “foi “excepcional” e “não tem preço”, “é um privilegio para poucos”. Palavras de quem, 20 anos depois, ainda se emociona com as imagens gravadas na memória pela conquista épica sobre a ‘seleção do Palmeiras’.


Depoimentos colhidos pelo Superesportes revelam a gratidão eterna que os personagens do título têm pela torcida. “Fomos abraçados por todo mundo”, relembra Marcelo Ramos.

Recepção da torcida ao time do Cruzeiro campeão da Copa do Brasil 1996

Ainda na noite da conquista, torcida começou a fazer festa nas ruas de Belo Horizonte - EM/D. A Press
Concentração da torcida no Aeroporto da Pampulha antes da chegada do time - Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Torcida do Cruzeiro lotou as ruas de BH em 20/06/1996 para recepcionar o time campeão da Copa do Brasil - Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Torcida do Cruzeiro lotou as ruas de BH em 20/06/1996 para recepcionar o time campeão da Copa do Brasil - Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Torcida do Cruzeiro lotou as ruas de BH em 20/06/1996 para recepcionar o time campeão da Copa do Brasil - Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Torcida do Cruzeiro lotou as ruas de BH em 20/06/1996 para recepcionar o time campeão da Copa do Brasil - Juarez Rodrigues/EM/D. A Press
Páginas do jornal Estado de Minas em 21/06/1996, com cobertura da festa da torcida na chegada do time - Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao
Páginas do jornal Estado de Minas em 21/06/1996, com cobertura da festa da torcida na chegada do time - Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao
Páginas do jornal Estado de Minas em 21/06/1996, com cobertura da festa da torcida na chegada do time - Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao
Páginas do jornal Estado de Minas em 21/06/1996, com cobertura da festa da torcida na chegada do time - Jair Amaral/EM/D.A Press/Reproducao

Gélson Baresi (zagueiro)
A gente não tinha noção da quantidade de pessoas que estaria nos esperando. Quando chegamos, nós tivemos a real noção do que aquele título representava para o torcedor. A multidão recebeu a gente em festa. É uma imagem que eu tenho gravada na memória. As ruas estavam lotadas, os torcedores correndo acompanhando o caminhão do Corpo de Bombeiros, nos agradecendo. Foi um momento muito marcante essa situação. Essa chegada foi bem emocionante. Para o torcedor cruzeirense esse título tem uma importância diferente, porque ele se sentiu menosprezado pelo eixo. Depois da conquista, o torcedor ficou orgulhoso, mostrou pro eixo Rio-São Paulo que o Cruzeiro era gigante, que tinha de ser respeitado.

Fabinho (volante)
Chegamos no carro do Corpo de Bombeiros para receber a homenagem. O torcedor parou tudo, não vou esquecer nunca mais. Tem foto aqui em casa, a gente parou a cidade inteira, o caminhão não conseguia andar, não andava, tudo parado. Eu fiz um quadro com a noticia no jornal. Era muita gente. Isso não tem dinheiro que pague. E, olha… acho que a festa da Copa do Brasil foi até maior que a da conquista da Libertadores (de 1997), por ter sido como foi: fora de casa, dificuldades. Foi bom demais, a torcida enchia o estadio todo jogo, era lindo. Quando você para de jogar você vê o tanto que era legal.

Vítor (lateral-direito)

Foi uma consagração, Belo Horizonte ficou muito linda, foi uma experiência incrível. Para mim, a conquista foi muito grande. Tinha que ver… Belo Horizonte incendiou… Foi loucura, muito bonito.


Cleison (volante)
A gente já estava feliz demais em São Paulo e sabíamos que a torcida ia para o aeroporto. Mas o que a gente não sabia era o tanto de torcedores que iria. Foi uma multidão, foi maravilhoso, o caminhão do Corpo de Bombeiros não andava. Até hoje, quando eu encontro os cruzeirenses, eles não esquecem. Foi excepcional. o Cruzeiro dessa época era muito vibrante.

Ricardinho (volante)
O título ganhou esse status importante na minha vida também pela comemoração. Foi uma coisa de louco. Lembro que chegamos a Belo Horizonte no carro do Corpo de Bombeiros. Cruzamos o centro, a cidade toda. Foi impressionante, é uma coisa que não acontece da mesma forma há muito tempo aqui em Belo Horizonte.

Marcelo Ramos (atacante)
Todos estavam ansiosos para chegar a Belo Horizonte. Quando a gente desceu no aeroporto, no desembarque, uma multidão nos aguardava. Subimos no caminhão do Corpo de Bombeiros e fomos abraçados por todo mundo. Parecia carnaval fora de época ou feriado. Todo mundo que é cruzeirense ganhou ‘folga’ naquele dia.



Palhinha (meia)

Eu não gosto de falar muito disso não, porque eu até me emociono. Parar Belo Horizonte do jeito que paramos… Isso está marcado, é muita emoção relembrar isso. É um privilegio para poucos, foi demais. São coisas que não tem preço.