
“Não obstante a farta documentação apresentada, não há elementos suficientes a conferir plausibilidade ao argumento da quebra da fidelização a dar lastro prima facie a rescisão do contrato”, afirma o juiz, em documento assinado no dia 2 de junho.
O relatório alerta, também, para a possibilidade de a decisão ser irreversível, já que, segundo o juiz, a rescisão traria mais prejuízos à Minas Arena. A concessionária cobra do Cruzeiro R$9,1 milhões, em referência à taxa de operação do Mineirão em dias de jogos, que deixou de ser paga pelo clube a partir de 2013.
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O principal argumento do pedido de rescisão é o de que o Cruzeiro deve, por contrato, ter as mesmas condições para a utilização do Mineirão que o Atlético teve na final da Libertadores contra o Olímpia, em julho de 2013. À época, o Galo teria recebido mais benefícios da Minas Arena. Em retaliação, a Raposa parou de pagar a taxa de operação do Mineirão em dias de jogos.
Em contato com o Superesportes, o advogado do clube no caso, Felipe Cândido, afirmou que ainda não tem conhecimento da decisão. A reportagem procurou o diretor jurídico do Cruzeiro, Fabiano de Oliveira Costa, que não atendeu as ligações até o momento da publicação da matéria.
Além de exigir as mesmas condições recebidas pelo Atlético, o Cruzeiro critica a Minas Arena pela indisponibilidade de todas as vagas de estacionamento nos dias de jogos, os eventos simultâneos às partidas do clube, a venda de ingressos da gestora abaixo do preço mínimo estabelecido em contrato entre as partes e as mais de 400 ações movidas por torcedores por causa de incidentes operacionais na reabertura do estádio, no clássico contra o Atlético em fevereiro de 2013. Por esses motivos, o clube também pede R$ 20 milhões de indenização.
Bloqueio de rendas é mantido
Além de ter o pedido de rescisão negado, o Cruzeiro sofreu outra derrota para a Minas Arena na Justiça. Mesmo após recorrer, o clube terá 25% das rendas líquidas dos jogos realizados no Mineirão bloqueados. A decisão, que já havia sido tomada no último dia 31, foi ratificada pelo juiz Geraldo Carlos Campos no mesmo relatório que nega o encerramento do vínculo com a administradora do estádio.
O pedido do bloqueio feito pela Minas Arena se deve justamente ao não pagamento da taxa de operação do estádio em dias de jogos.
Investigações contra a Minas Arena
A administradora do Mineirão é alvo de investigação do Ministério Público de Minas Gerais. O deputado estadual Iran Barbosa (PMDB) acusa a Minas Arena de maquiar e fraudar dados contábeis para se apropriar de receitas que teriam que ser repassadas aos clubes que usam o estádio e também ao governo do estado. Entenda aqui.