“Não me surpreendeu nadaA reputação dos treinadores portugueses há muito que começou a ser cimentada dentro e fora de portas, muito antes de José MourinhoAcho que a marca diferenciadora dos nossos treinadores evoluiu muito desde que Carlos Queiroz foi bicampeão do mundo de sub-20Mesmo que a tendência de Portugal como grande exportador de treinadores só tenha acontecido com a ida de Mourinho para Inglaterra, já muito antes sentia nos encontros internacionais de treinadores que havia um enorme interesse pelos técnicos do país natal de jogadores como Rui Costa, Paulo Sousa e FigoUma procura que aumentou, claro, com a evolução de nomes como Mourinho e Ronaldo”, disse o antigo diretor esportivo do Vitória de Guimarães.
“Os treinadores brasileiros que me desculpem, mas em geral, talvez por comodismoEstagnaram no tempo, não atualizaram suficientemente os seus conhecimentosOs brasileiros ganham fama por se basearem muito na técnica mas descuraram muito outras vertentes, fundamentais no futebol atualOs treinadores portugueses, pelo contrário, aprofundaram a metodologia de treino e organização das equipas como um todo, e hoje estão ao nível dos melhores do mundo ao nível tático ou da preparação física”, acrescentou.
Detentor de todas as qualificações do curso de treinadores da Uefa, Paulo Bento traça o caminho inverso de Otto Glória, Yustrich, Carlos Alberto Silva e Luiz Felipe Scolari, brasileiros que fizeram bons trabalhos em PortugalEnquanto Glória se sagrou campeão pelos três grandes clubes (Porto, Benfica e Sporting), Yustrich e Silva ganharam títulos pelo PortoJá Felipão, embora não tenha levantado nenhum troféu, foi vice-campeão da Eurocopa 2004 e chegou à semifinal da Copa do Mundo de 2006 pela Seleção Portuguesa.
Para José Pereira, a chegada de Bento à Toca da Raposa II pode ser porta de entrada para futuras contratações de técnicos europeus no Brasil