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Deivid rechaça pressões, diz ter grupo na mão e pede paciência para fazer Cruzeiro vencedor

Treinador não mostrou abatimento por cobranças internas e externas. Ao contrário, ele disse estar convicto de que terá sucesso no Cruzeiro, mesmo sendo iniciante

postado em 04/03/2016 19:05 / atualizado em 04/03/2016 20:08

Washington Alves/Light Press/Cruzeiro


Embora seja iniciante na carreira de treinador, Deivid, de 36 anos, está acostumado a conviver com pressões no futebol. Como atleta, ele sempre defendeu grandes clubes do Brasil e do exterior, e ficou sujeito a cobranças, principalmente porque tinha a obrigação de marcar gols. Hoje, no comando do Cruzeiro, ele parece se valer dessa experiência nos gramados para não se abater com críticas ao seu trabalho.

Nesta sexta-feira, na Toca da Raposa II, Deivid foi 'bombardeado' por perguntas acerca do futebol instável do Cruzeiro, das pressões que vem sofrendo interna e externamente, e até das especulações que começam a surgir de nomes para sucedê-lo. O treinador se mostrou o tempo todo tranquilo e convicto de que está no caminho certo.

Deivid garantiu ter o elenco nas mãos e assegurou que, quando já não houver respaldo do vestiário, ele mesmo pedirá para sair. Sobre a montagem do time, o técnico pediu um pouco de paciência. “É um projeto que fizemos desde janeiro, um conceito a implementar, e isso é em longo prazo. Estamos construindo para, no futuro, batermos campeões”.

A seguir, os principais trechos da longa entrevista de Deivid na Toca:

Montagem do time

“Não sinto nenhuma dificuldade. A gente ainda está ajustando a equipe, colocando algumas peças. É claro que já queria ter o time ideal, mas faz parte. Em 2013, Marcelo ganhou primeiro clássico, fez campanha maravilhosa, depois teve vantagem e perdeu de 3 a 0. Depois de seis meses, a equipe acertou e foi campeã brasileira. Tem de ter paciência. Futebol não acontece da noite para o dia. É uma equipe em formação. Há jogadores estrangeiros em adaptação. Tem de ter clama, tranquilidade, para acertar a equipe”.

Treino fechado na quinta-feira

"Quero deixar claro que ontem aconteceu um fato de ter fechado treinamento. Não tem mistério. O que ganha jogo é 90 minutos. Isso não tem nada a ver. Eu fechei o treino porque precisava conversar com os atletas. Foi mais esse fato”

"O time é esse. Está confirmado. Esse treinamento que fiz foi tático. Só mudei dois jogadores”.

O treinador escalou o Cruzeiro com Fábio; Fabiano, Leo, Bruno Rodrigo e Sánchez Miño; Lucas Romero, Henrique e Ariel Cabral; De Arrascaeta; Alisson e Willian

Pressão no comando do Cruzeiro

"Pressionado? Jamais. Sou um cara para frente, feliz de trabalhar numa instituição tão grande quanto o Cruzeiro. A cobrança sempre vai existir. No Cruzeiro, no Corinthians, no Flamengo, em todos os times grandes... Não vejo como pressão. É um projeto que fizemos desde janeiro, um conceito a implementar, e isso é em longo prazo. Queria ter 15 pontos. Tenho 65% de aproveitamento no Mineiro. Tite foi campeão da Libertadores ganhando todas de 1 a 0. Estamos construindo para bater campeão.

Não vejo como pressão. Joguei no maior clube da Turquia, com cobrança em todos os dias. Corinthians, Cruzeiro, Santos, Flamengo... Não é pressão. É cobrança natural, que faz parte do futebol. Não estou preocupado com cobrança. Minha preocupação é com Cruzeiro e ganhar os jogos. Tenho de pensar em ganhar. Não posso pensar em empatar, senão pensarei pequeno”.

Mudanças no time para enfrentar a Caldense

"A minha ideia é ter time muito agressivo e com bastante posse de bola. Por causa disso, coloquei Sánchez (Miño) na lateral esquerda e Ariel no meio”.

Cobranças do presidente por 'time ideal'

“Estou acostumado com isso. Só joguei em time grande. Cobrança sempre vai existir. O presidente é autoridade máxima no clube. Ele tem de cobrar mesmo. Não temos pressão. Temos conversa como em qualquer empresa. Isso faz parte. Vivi isso durante 17 anos. Estou tranquilo. Tenho convicção do que estou fazendo. É ter tranquilidade, que as coisas vão se encaixar.

O chefe falou, temos de achar o time. Ele é o número um. A bola entrando, tudo se resolve. A bola tem de entrar”.

Maturidade do time


"Tenho trabalhado isso desde o começo do ano, ter a bola no pé. Falo que está cansado, respira com ela no pé. Isso tem acontecido. Pelas circunstâncias do jogo contra o América, não conseguimos sequência e isso atrapalhou.

Falta só ter um pouco de equilíbrio, saber a hora certa de sair no contra-ataque e a hora certa de controlar o jogo. Temos de ter time certo”.

Cobranças da torcida

“O torcedor está no direito de cobrar, vai ao estádio e quer ver o time ganhar bem. Chutar bolas no gol é circunstância da partida. A gente treina finalizações, aproximar jogadores da área, para termos mais chances de gol”.

Baixa média de gols do time no ano

“Vejo que cobrança não é parte tática ou técnica, é mais nos gols. E eles vão sair. Temos de ter cuidado. Qual partida jogamos mal? Foi a que fizemos três e tomamos quatro. Na hora que perde, temos de ser frios, mas na hora que ganha também”.

Problemas nas laterais

“Você falou sobre laterais. Fabiano jogou muitas vezes no ano passado. Nas 13 vitórias, o Fabrício era titular. É normal ter altos e baixos. Estou tranquilo, porque sei que vamos encontrar nosso futebol, que consolidou. Temos de ter tranquilidade. Estamos observando. Temos o Kelvin (do time júnior). Aqui, temos Mayke, Fabiano, Fabrício, Sánchez e Allano, que pode jogar ali e tem potencial, tem tudo para ser grande lateral. Houve grande evolução. Recuperamos o De Arrascaeta, que hoje é grande referência”.

Especulações acerca de treinadores na mira do clube


“Especulações existem. Hoje, muitos treinadores têm assessoria de imprensa. O mais importante para mim é o vestiário. O dia que não agradar aos jogadores, sou o primeiro a pegar o meu chapéu e ir embora. Importante é eles confiarem no meu trabalho. Estou tranquilo e convicto de que faço as coisas certas. É só a bola entrar”.

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