CRUZEIRO
Cruzeiro alega tratamento de saúde e informa licença de Benecy por tempo indeterminado
Dirigente é alvo de investigação do STJD por dizer que tentou 'comprar juiz'
postado em 15/01/2016 16:24 / atualizado em 15/01/2016 17:14
A partir desta sexta-feira, Benecy Queiroz estará afastado do Cruzeiro por tempo indeterminado. Em comunicado oficial, o clube informou que o supervisor de futebol terá licença “em função de tratamento de saúde e realização de exames médicos”. A função será exercida por Edson Travassos.
Em entrevista na última quarta-feira, Benecy informou que iria “desacelerar”. O dirigente foi alvo de grande pressão, inclusive por dirigentes e conselheiros do Cruzeiro, depois de dizer, em entrevista à Rede Minas, que tentou “comprar um juiz” em jogo da Raposa ná década de 1980.
A declaração do dirigente é alvo de investigação da Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A entidade admite grande probabilidade de oferecer uma denúncia contra Benecy Queiroz. Inicialmente, como não é confirmada a participação do clube, o Cruzeiro não sofre risco de ser punido.
Apenas o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin, se posicionou publicamente e criticou a declaração dada por Benecy. O presidente Gilvan de Pinho Tavares não se manifestou sobre o episódio.
O que disse Benecy Queiroz em entrevista à Rede Minas:
“Existe a mala branca. Times menores aceitam. Não digo que é suborno. Se a gente partir do pressuposto que é suborno, efetivamente os clubes não pagariam bicho para ganhar.
Eu só vou citar um caso específico, específico e não falo o nome. Aqui em Minas Gerais. O treinador era Ênio Andrade, e nós, através da indicação de uma pessoa, achamos que compramos um juiz. E o juiz, falou:
– Olha, fique tranquilo que o time adversário não sai do meio campo.
Nos 45 primeiros minutos, ele deu muita falta só no meio do campo. Aí, então, falei:
– Olha, acho que vai dar certo.
Só que, por azar nosso, o adversário chutou uma bola do meio do campo. O goleiro, eu posso falar, Vitor, no ângulo, gol do adversário. E o juiz continuou dando falta só no meio do campo. Na época a gente podia entrar no gramado, aí uma hora eu falei com ele:
– Eu paguei para você. Vê se dá um pênalti. Aí ele falou:
– Manda seu time ir lá para frente que dou o pênalti. Aí eu falei com o capitão:
– Manda o time ir para frente, temos que empatar o jogo.
O time foi para frente, mas toda bola ele dava falta contra o Cruzeiro. Daí cheguei à conclusão que empreguei o dinheiro errado.”