Depois de três meses à frente do Cruzeiro, Mano Menezes se despediu neste domingo. A última partida deixa o gosto amargo de uma derrota para o Internacional, mas não abala o sentimento do treinador sobre seu trabalho na Toca da Raposa. Com 62,5% de aproveitamento, ele avalia que colaborou a construção de uma filosofia a ser seguida pelo clube.
“O que fica de bom é a campanha de recuperação. Os jogadores merecem todo nosso respeito quanto a isso. Acabei de dizer a eles que só tenho elogios pela postura. Deixamos uma semente de filosofia, que o Cruzeiro tentará seguir. Há uma filosofia de trabalho. Isso me deixa em parte feliz, mas, logicamente, fico em parte triste, porque futebol tem essas durezas”, disse.
“Nós iniciamos a implantação de uma ideia, de uma filosofia. E essa filosofia respeitava aquilo que eu entendia como cultura do Cruzeiro também. Cabe ao Cruzeiro saber como conduzirá isso. No futebol, esse profissional não deve estar sozinho mais. São muitas coisas importantes para serem decididas por um técnico só”, acrescentou.
Mano assumirá o comando do Shandong Luneng, da China. Ele será apresentado em 13 de dezembro. No Cruzeiro, o treinador disputou 16 partidas, com oito vitórias, seis empates e duas derrotas.
Na chegada à Toca da Raposa, Mano encontrou o Cruzeiro a apenas dois pontos da zona de rebaixamento. A equipe se recuperou e chegou a sonhar com uma vaga na Copa Libertadores, mas encerrou o Brasileirão em oitavo lugar.
O treinador destacou que espera não ter fechado suas portas no Cruzeiro. “Espero que seja um até logo. Também não vamos ser demagogos e desrespeitar o sentimento do torcedor. Saio contente com o clube, com o carinho do torcedor. O Cruzeiro foi forte e conseguiu se recuperar porque se uniu. Com exceção de hoje (derrota para o Inter por 2 a 0), talvez tenhamos feito quase todos os jogos bem jogados. Isso dá uma ideia de que o grupo tem qualidade, e o Cruzeiro vai entender como deve conduzir a sequência”, observou.
A caminho da China, Mano Menezes descartou opinar sobre o planejamento do Cruzeiro para a próxima temporada. “Até ontem, eu me sentia no compromisso de fazer isso como treinador do Cruzeiro. Sempre que consultado, me posicionei. A partir do momento que deixo de ser técnico, não acho correto fazer. Não é a mim que o Cruzeiro consultará. Tenho muito respeito pelos jogadores. E penso que técnico só emitir essas opiniões enquanto está na convivência com esses jogadores, senão é palpite”, afirmou.