Antes de Mano tomar decisão, Cruzeiro tentou 'aumentar estabilidade' do treinador na Toca II

Em vão, o Cruzeiro tentou seduzir Mano Menezes a seguir em Belo Horizonte. Nessa terça-feira, quando se reuniu com a cúpula celeste na Toca da Raposa II, o técnico ouviu a possibilidade de ter o valor de sua multa rescisória aumentada. A intenção da diretoria era ratificar para Mano que o objetivo do clube era cumprir o projeto a longo prazo. Conforme apurou o Superesportes, no entanto, o treinador já estava inclinado a aceitar a oferta chinesa e nem sequer cogitou a 'oferta'.

Contratado em 1º de setembro, Mano assinou contrato de dois anos e meio com o Cruzeiro. O longo período do vínculo foi um pedido do próprio treinador, que também se mostrou irredutível quanto à alta multa rescisória de R$7 milhões. Na manhã desta quarta-feira, Mano informou aos diretores cruzeirenses que aceitou a oferta e seguirá para o Shandong Luneng na próxima temporada. Ele substituirá Cuca, que negocia os últimos detalhes de sua rescisão com o clube asiático.

Em entrevista à reportagem, há dois meses, o treinador criticou a ida de treinadores “para qualquer lugar” por “excelente salário”. “Nunca fui um técnico que acha que tem de sair a qualquer custo. Não acho que acrescente ao técnico brasileiro ir para qualquer lugar. Se for para um nível muito baixo, receberá excelente salário, mas não terá condições de fazer um trabalho que te projete como técnico no mundo, que acho que é o mais importante", disse, naquela ocasião.

Em entrevista coletiva nessa terça-feira, antes da decisão de Mano, o vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Bruno Vicintin, disse que não chegou a oferecer aumento de salário para o técnico. “Perguntei se tem algo a fazer para demovê-lo da ideia. Ele disse que valores são muito maiores que mercado brasileiro (...) É um projeto de longo prazo ou projeto fora com contrato que poucos treinadores têm opção de assinar. Posso garantir que dei todas as garantias para ele ficar”, afirmou.

No Cruzeiro, Mano comandou a reação da equipe no Campeonato Brasileiro. Quando ele chegou, a Raposa estava a apenas dois pontos da zona de rebaixamento. Os resultados positivos deram à torcida celeste a esperança de uma vaga na Copa Libertadores, o que não acabou se confirmando devido à má campanha no início do Brasileirão.

Mano Menezes comandou o Cruzeiro em 15 jogos, com oito vitórias, seis empates e apenas uma derrota. O aproveitamento de 66,6% dos pontos disputados deixaria a equipe na vice-liderança se fosse mantido desde o início do Campeonato Brasileiro.