Há dois meses, Mano criticava ida de treinadores 'para qualquer lugar' por 'excelente salário'

Mano Menezes recebeu na manhã desta terça-feira, em São Paulo, a esperada proposta do Shandong Luneng, da China, e pode dar adeus ao Cruzeiro ainda nesta tarde. Em entrevista ao programa Bem, Amigos, nessa segunda, ele disse que não levaria em conta apenas a parte econômica para analisar uma oferta, mas também ela, “dependendo do quanto é”. Há exatos dois meses, no entanto, o treinador concedia entrevista ao Superesportes rechaçando a possibilidade de “sair a qualquer custo”.

“Nunca fui um técnico que acha que tem de sair a qualquer custo. Não acho que acrescente ao técnico brasileiro ir para qualquer lugar. Se for para um nível muito baixo, receberá excelente salário, mas não terá condições de fazer um trabalho que te projete como técnico no mundo, que acho que é o mais importante", disse naquela ocasião.

Desde que chegou a Belo Horizonte, Mano Menezes dava indícios de que permaneceria na Toca da Raposa II por longo período. A começar pelo vínculo de dois anos e meio com o Cruzeiro, exigido pelo treinador nas negociações que o trouxeram ao clube. Outro fator que comprovava o interesse das partes de seguir com a parceria foi a multa rescisória estipulada em contrato: R$7 milhões.

O “abandono” de Mano ao Cruzeiro, caso confirmado, será o segundo da relação, que começou em 1997, ano em que o treinador passou por um estágio com Paulo Autuori na Toca da Raposa. Naquela ocasião, a equipe celeste acabou levando o troféu da Copa Libertadores.

Já em 2008, depois de boa campanha com o Grêmio na Série B, Mano foi procurado pela diretoria, então comandada pelos irmãos Perrella, para substituir Dorival Júnior no comando do Cruzeiro. Depois de um convite do Corinthians, ele acabou recusando a oferta celeste.

Em 2015, Mano é um dos grandes responsáveis pela recuperação do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Desde que chegou ao clube celeste, no início de setembro, o treinador disputou 15 jogos, sendo oito vitórias, seis empates e uma derrota - aproveitmento de 66,6%.