Em entrevista ao programa Bem, Amigos, nesta segunda-feira, Mano Menezes fez questão de ressaltar que não há proposta oficial e que comunicou aos dirigentes celestes ter apenas uma sondagem. E também mostrou cuidado em não expandir muito o assunto, em respeito aos torcedores do Cruzeiro. O treinador revelou ter recebido muitas mensagens de cruzeirenses, pedindo pela sua permanência.
“Passei ontem (depois do jogo) para a direção que recebi uma sondagem e que isso colocava como uma possibilidade de haver uma proposta oficial no início da semana. Eu disse que iria ouvir a proposta. Mas quando houve a sondagem, eu disse que não ouviria proposta enquanto o clube tivesse treinador. Essa foi a ordem dos fatos”, explicou o técnico, que se preocupou em não magoar a torcida. “Não acho legal tratar isso, seria um desrespeito com a torcida do Cruzeiro, que me acolheu muito bem. Eles estão preocupados com a poluição da china, e isso é demonstração de carinho”, acrescentou.
Mano Menezes disse que alguns fatores pesarão para a permanência no Cruzeiro ou uma transferência para o futebol chinês. Entre elas, ele admitiu a parte financeira e a própria situação econômica do Brasil. “O que se leva em consideração são vários fatos. Não só a parte econômica, mas também é, dependendo do quanto é. A situação do país também, a dificuldade dos clubes em honrar compromissos, são coisas importantes que também temos que pensar”, frisou.
Ele admitiu certa dúvida em permanecer no Brasil, mesmo com o trabalho exaltado de recuperação no Cruzeiro, que estava no páreo para vaga na Libertadores até duas rodadas atrás. E até citou uma passagem da Bíblia como exemplo. “Tudo não terás. Em muitos momentos a gente fica na dúvida. Seria um pecado interromper o trabalho agora, não há dúvida. É o sentimento que eu tenho, o clube também. As coisas estão colocadas assim, futebol brasileiro está muito estranho. Há quatro meses eu era visto como um quase técnico, me colocaram como um dinossauro da bola, apesar de estar com 53 anos, quase jurássico, superado. Bastou eu sair e fazer um curso para ter uma retomada de trabalho, aí voltei a ser um técnico de ponta”, comentou.