A pasta de 'articulação política' do Cruzeiro é gerida por José Francisco Lemos, atual vice-presidente. Ele será o principal responsável na escolha de um dos nomes da disputa. Em entrevista recente à reportagem, mostrou unidade com Gilvan e falou em 'começar a formar um novo sucessor'. Nesta corrente política, os nomes de Bruno Vicintin, atual superintendente da base, e Sérgio Santos Rodrigues, diretor de infraestrutura e advogado do clube, aparecem como favoritos.
“Eu sou conselheiro nato desde 2006, sempre fiz questão de exercer cargos não remunerados dentro do clube. Claro que, como sou novo, sempre tive expectativa de um dia alcançar esse cargo (de presidente). Mas, o doutor Gilvan e o Lemos que vão dar a voz maior. Dentro do nosso grupo, caminharemos juntos”, ponderou Santos Rodrigues.
Bruno Vicintin seguiu o mesmo discurso do companheiro de diretoria. “Eu faço parte de um grupo e de uma diretoria e seria indelicado da minha parte comentar qualquer situação política. Faço parte de uma gestão que ainda tem dois anos e meio de mandato. Óbvio que todo torcedor tem o sonho de chegar à presidência do clube, mas antes disso temos o objetivo de ver o clube bem”, disse.
A reportagem apurou que Zezé teria chamado Pedrinho, como é conhecido o empresário mineiro, para integrar uma chapa em 2017. O ex-presidente, no entanto, desmentiu a informação. “Eu não tenho pretensão nenhuma, de verdade”, ressaltou.
Panorama atual
O apoio de Gilvan e Lemos serão fundamentais nas próximas eleições. Zezé seria o único com chance de derrotar o candidato 'apadrinhado' pela dupla que hoje gere o clube. Sérgio Santos Rodrigues teria, supostamente, apoio das duas correntes e é tratado como única via de consenso. Até por isso, o advogado garante que não há mais de uma corrente no clube. “Vejo o Zezé no mesmo grupo do Gilvan. Gilvan foi vice dele no passado. Num contexto de uma conversa geral, creio que não vai ter briga nesse grupo. Na minha opinião, o Zezé não sairia (como candidato à presidência) sem ouvir essa turma. Acho que sai um consenso”, afirmou.
Como ressaltou Zezé Perrella, Vicintin é mais distante de sua corrente. O dirigente é muito próximo dos atuais mandatários. Assim como é amigo pessoal de Sérgio Santos Rodrigues. Diferentemente do advogado, que evitaria uma disputa direta com o senador, o superintendente da base concorreria ao posto contra Perrella - e é o nome mais articulado no Barro Preto, vice-presidente da Confraria Sab Sebastian e cotado, recentemente, para uma vaga no departamento de futebol do Cruzeiro.
Atual segundo vice-presidente e responsável pela base, Márcio Rodrigues tem colhido apoio com conselheiros para uma possível candidatura em 2017, mas corre por fora na disputa por uma vaga no pleito. O dirigente não é bem visto pelo departamento de futebol do clube depois que gerou alguns atritos em declarações vistas como 'fora de hora'.
Em entrevista ao Estado de Minas, nesse domingo, Gilvan comentou sobre a próxima corrida eleitoral e definiu a escolha de um sucessor como uma de suas grandes preocupações. “Há muita gente boa no clube, colaboradores, mas precisamos achar alguém com o perfil para o cargo. Ele terá de sacrificar alguns anos de sua vida. É desgastante demais. O clube cresceu demais, com dois clubes sociais, duas concentrações, Toca I e Toca II, além de uma bela sede social. O Cruzeiro é uma potência e precisa ser sempre bem cuidado. Por isso, teremos critério na escolha do nosso sucessor”, finalizou o mandatário.