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Confiante em tricampeonato, Gilvan revela que planejou mudar comando do Cruzeiro no Mineiro

Em entrevista à Rádio Itatiaia, presidente comentou saída de Marcelo Oliveira e chegada de Luxemburgo. Para ele, troca de comando poderia ter acontecido antes

postado em 12/06/2015 21:31 / atualizado em 12/06/2015 21:47

Euler Junior/EM/D.A Press

O presidente do Cruzeiro Gilvan de Pinho Tavares revelou em entrevista ao programa Bastidores, da Rádio Itatiaia, que pensou em demitir o técnico Marcelo Oliveira ainda na primeira fase do Campeonato Mineiro. De acordo com o mandatário, o futebol apresentado na derrota por 2 a 1 para o Tombense, no Mineirão, quase determinou a saída do então comandante do cargo. Na ocasião, a Raposa perdeu a liderança para a Caldense e enfrentou o Atlético num confronto “antecipado” nas semifinais. O time acabou eliminado ao empatar na ida por 1 a 1 e perder na volta por 2 a 1. Mais à frente, Marcelo Oliveira ganhou sobrevida ao passar pelo São Paulo nas oitavas de final da Libertadores e fazer grande confronto com o River Plate no jogo de ida das quartas de final (vitória por 1 a 0). Contudo, a goleada sofrida para os argentinos na volta, em pleno Gigante da Pampulha (3 a 0), fez a diretoria optar pela troca de comando, que ocorreu depois da derrota da Raposa para o Figueirense (2 a 1), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.

“Desde o jogo contra o Tombense, achei que já era a hora. Mas o time também começou a mostrar uma certa reação e aí demos uma segurada. Mais à frente, jogamos uma péssima partida contra o São Paulo na Libertadores e merecíamos ter tomado uma goleada enorme, não fizemos nada para mudar dentro de campo. Como foi um placar mínimo fora, poderíamos inverter em casa. E nós escapulimos de tomar uma goleada histórica contra o São Paulo. Contudo, na volta em Belo Horizonte, o Cruzeiro teve uma pegada diferente, um comportamento bem diferente. Achei que dava para continuar, pois fizemos cobranças e os atletas passaram a render mais. Contra o River Plate, na Argentina, o time teve um procedimento idêntico. Mas depois voltamos a Belo Horizonte, voltou aquele marasmo, voltou aquela mesma coisa, e aí não dava mais para segurar. Eu tinha que fazer qualquer coisa e a troca mostrou que a gente estava certo”, contou Gilvan, que justificou a escolha por Vanderlei Luxemburgo.

“São palavras novas que os jogadores passam a ouvir. É uma pessoa mais motivadora, que com a experiência que tem, nós sabíamos que tinha muito a oferecer para o Cruzeiro. A gente vê que foi acertada a mexida. Pode ter sido demorada, mas foi acertada. Fui criticado por ter sido precipitado, mas na realidade eu poderia ter tomado essa decisão um pouco mais cedo”, acrescentou o presidente. Luxemburgo conseguiu vencer os dois jogos no comando do Cruzeiro em 2015: 1 a 0 sobre o Flamengo, no Mineirão, e 3 a 1 diante do Atlético, no Independência. Em 2003, o treinador conquistou no clube celeste a Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro).

Ainda com relação a Marcelo Oliveira, Gilvan comenta que o clube esperou o máximo possível pelos bons resultados, que acabaram não acontecendo. O Cruzeiro foi eliminado nas semifinais do Campeonato Mineiro, nas quartas de final da Copa Libertadores e começou o Campeonato Brasileiro com três derrotas em quatro partidas. A pressão era tão forte que em um ato de vandalismo a sede administrativa do Barro Preto teve vidraças quebradas e foi alvo de pichações contra o treinador e o presidente.

Edesio Ferreira/EM/D.A Press
“Foi muito difícil. A gente ponderou muito, conversou muito e discutiu internamente muito o que teria de ser feito, qual a forma e o momento. (A demissão) Teria acontecido alguns dias antes do que aconteceu. Mas pesou a situação dele com a mãe, que estava muito doente em casa. (O Marcelo) Trouxe a mãe para morar com ele, depois veio o falecimento dela, o luto. A gente esperou o quanto pôde, mas infelizmente o presidente do clube que assume a responsabilidade que eu assumi tem que tomar as decisões. Não podemos deixar levar pelos nossos sentimentos de amizade e respeito ao trabalho que foi feito se as coisas estão deixando de acontecer. Se o time passou a render menos e os jogadores não produzem a mesma coisa, é preciso sacudir e mexer. Ele ficou dois anos e meio no Cruzeiro, nos ajudou a conquistar títulos e somos muito gratos a ele. Mas a vida do clube continua. E nós vivemos de vitórias. O torcedor não aceita derrotas”, observou o mandatário.

Briga pelo tricampeonato nacional

Questionado se o Cruzeiro poderia brigar pelo título do Campeonato Brasileiro, Gilvan falou com convicção que o atual grupo é o melhor do país e tem totais condições de conquistar o terceiro troféu de maneira consecutiva.

“Hoje não vejo nenhum time melhor que o Cruzeiro. Nós fomos obrigados a vender alguns jogadores, pois os valores oferecidos a eles eram muito altos e não podíamos concorrer com clubes de Europa, Arábia e China. Mas trouxemos peças de reposição à altura e que podem render bem. O Gabriel Xavier é um exemplo. Por insistência nossa, começou a jogar e caiu no gosto da torcida do Cruzeiro. E nesse jogo contra o Atlético, mostrou o potencial dele. Foi por teimosia, pois nós pedimos para que ele fosse lançado. O Alisson também não é teimosia. Se ele voltar a jogar com regularidade, sem essas interrupções de contusão, tem um potencial imenso. Era considerado até pouco tempo pelo ex-treinador Alexandre Gallo o melhor jogador da Seleção Brasileira Sub-20. O Luxemburgo também disse isso. Tanto que pediu ao Alisson para ir para cima do Atlético no clássico, pois ele é diferenciado”, analisou o presidente, também colocando em pauta algumas declarações do técnico Vanderlei Luxemburgo.

“O Luxemburgo acha que o time do Cruzeiro tem potencial grande e pode brigar pelo título brasileiro. Não sabe se será campeão, mas tem condições. A gente vê de novo o time do Cruzeiro brigando para conquistar títulos”, concluiu Gilvan de Pinho Tavares (Também em entrevista à Rádio Itatiaia, o presidente falou sobre Robinho, patrocínio e novos sócios. Leia aqui).

Passadas seis rodadas do Brasileiro, o Cruzeiro, atual bicampeão, ocupa o 13º lugar, com sete pontos. O líder é o Atlético-PR, com 15, seguido pelo São Paulo, que soma 13 (Clique aqui e veja a classificação completa).

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