O início da tarde foi movimentado na Toca da Raposa II. O ídolo Alex concedeu entrevista para falar sobre seu jogo festivo de despedida com a camisa do Cruzeiro. Ao lado do ex-craque, o presidente Gilvan de Pinho Tavares também atendeu aos jornalistas. O mandatário celeste analisou a eliminação vexatória do Cruzeiro para o River, se defendeu sobre os reforços já contratados, falou sobre a sequência da temporada e também sobre a situação do técnico Marcelo Oliveira. Ele negou que tenha conversado com Vanderlei Luxemburgo para o cargo de treinador celeste e revelou que chegou a tentar contratar Alex, já aposentado, para disputar a Libertadores 2015 pelo Cruzeiro. Abaixo, você confere todos os temas abordados na entrevista e as respostas de Gilvan.
Contratação de Alex
Na minha opinião, o Alex não deveria ter parado de jogar. Eu o procurei. Desde ano passado, a torcida pede a contratação de um meia. Eu disse ao Alex que ele não pode parar, que o futebol apresentado no Coritiba o credencia a defender o Cruzeiro. Ele disse que a decisão era definitiva, que se sentia honrado com o convite. A gente entende as razões dele. Ele antes de voltar ao Brasil (e de ir para o Coritiba), também fomos procurá-lo, para que viesse para o Cruzeiro, mas ele nos disse que a família dele toda é de Curitiba. Os filhos estavam sendo criados longe dos familiares. Ele preferia jogar últimos momentos no Coritiba, porque ele fixaria residência em Curitiba. O momento agora é de festa para o Alex, para outros ídolos do passado”.
Explicações sobre a eliminação na Libertadores de forma vexatória
"Primeiro, tenho dizer que tenho cerca de 60 anos de Cruzeiro. Alguma experiência devo ter dentro. Não vou me deixar levar por um resultado negativo, porque conhecemos bem a tendência de parte da imprensa. Quando o clube ganha, enaltece o time. Quando perde, o time, a diretoria não valem nada. Não vou me deixar abalar por uma derrota, que nos entristeceu bastante. Tínhamos chance de passar para a semifinal. O Cruzeiro começou o jogo com chance claríssima de gol. A gente sabe que o ‘se’ não joga no futebol, mas tínhamos resultado positivo da Argentina e se tivéssemos feito o gol, a história poderia ser outra. O time estava nervoso, vimos coisas que não tínhamos visto esse ano. No primeiro gol, nossa defesa errou três vezes a cobrança de uma falta. Quando nosso time saiu para o ataque, entregamos uma bola na defesa e o atacante entrou livre. Essas coisas costumam a acontecer no futebol. O Real Madrid perdeu para a Juventus. O Inter venceu um título mundial contra o Barcelona."
Reforços questionáveis contratados para este ano
"Não aceito dizer que o elenco e comissão técnica não prestam. Andaram dizendo que contratamos errado. Mencionam que contratamos Breno, Gilson e Riascos. Gilson já era atleta do Cruzeiro. Breno, quando contratamos, tínhamos dois laterais contundidos. Tivemos de contratar lateral, para suprir lacuna de um lateral. E Riascos foi uma aposta pelo que vinha jogando, inclusive no México. Foi uma aposta que deveria ser feita."
Análise do plantel
"Vocês alegam que contratamos Fabiano... Esses jogadores foram contratados pelo diretor de futebol do ano passado. Li hoje que atribuíram a mim férias em momento importante. Fui para uma obra minha. Saí na quinta-feira e voltei no domingo. Não tirei férias. É absurdo o que fazem depois de derrota, para criar uma crise. Não vão criar crise. Esse plantel é bom. Ganhamos do São Paulo. Ganhamos do River na Argentina. Vi hoje que a torcida está aceitando mais o resultado negativo do que os repórteres. Não vamos deixar de correr atrás de um ou dois jogadores, para melhoramos esse time. Na fase anterior, nosso adversário tomou de três. A imprensa convocou esse time (Atlético). Com a gente, querem que tire tudo. É preciso que a imprensa colabore também. Se não fosse o Cruzeiro ganhando tantos títulos, duvido que a imprensa cresceria isso."
Novo diretor de futebol
“Tenho sim (alguém para assumir o cargo). Tenho pavor de coisa errada. O cargo de diretor de futebol tem muitas oportunidades para fazer coisa errada. Não contratarei alguém que não tenha confiança. Como fiz com o outro, procurei um menino que estava no América. Ouvi a diretoria do América, que avalizou a contratação dele. Não é por pressão da imprensa que vou contratar qualquer um para aqui. Assim como não trarei qualquer treinador para tirar o emprego do nosso treinador, que ganhou dois títulos brasileiros seguidos”
Vanderlei Luxemburgo
“É a maior mentira. Nunca procurei o Vanderlei. Não sei como colocam isso na imprensa”
Palpite sobre a Libertadores
“Ano passado, fomos eliminados por um time pior que o River. Não sou profeta, mas vejo o River como favorito. Não vi nada de futebol no Guarani contra o Racing. Já vi jogos do Tigres, que acho que não tem mais time que o Inter. Acho que será decidido entre River e Internacional”
Condução do planejamento de 2015
“Acontece o seguinte. Esse jogador que o Cruzeiro anda atrás dele, o Cruzeiro anda atrás dele. Não existe esse meia no futebol brasileiro. Não vejo esse meia. Os que têm, os clubes não soltam. A janela está fechada. Todo mundo sabe do empenho que o Cruzeiro fez para contratar o Lucas Lima, mas foi um obstáculo o Santos ter segurado,por expectativa de vendê-lo para o futebol estrangeiro. Esse jogador chegaria e iria fortalecer bem nossa equipe. Contratar por contratar, não vamos. Os preços estão muito fora da realidade do futebol brasileiro e do Brasil. Estamos passando por crise. No futebol, torcedor deixará de ir a campo. Acho que passaremos por momentos apertados no Brasil. Não podemos fazer falta de juízo. Somos um dos poucos clubes que pagam em dia e na carteira. Não pagamos direito de imagem”
Passividade do time em mata-mata
“A Copa do Brasil do Flamengo foi em 2013, ano em que o time foi campeão com pé nas costas. Não se pode falar de empenho do time que perdeu para o Flamengo. Na Copa do Brasil do ano passado, o Cruzeiro estava empenhado em outras competições. Não poderíamos priorizar nenhuma das competições. Chegamos à última partida mais frágeis que nosso adversário. Tivemos de enfrentar o Santos três vezes, sendo duas em São Paulo. Tivemos de passar pelo Grêmio também em dia de chuva. Enfrentamos a última partida que nos deu o título brasileiro em um dia que o Mineirão ficou inundado, o que exigiu muito dos nossos jogadores. O time não teve perna para se manter no segundo tempo contra o Atlético. Quando você não tem perna... foi o que vi com Racing contra o Guaraní. O Racing tem elenco muito melhor. No futebol, a gente sabe que jogador tem determinado momento que não consegue fazer mais esforço. Não se pode atribuir má vontade aos jogadores”.
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