Gilmar Laignier
Enviado especial a Buenos Aires
A “segurança máxima” prometida pelas autoridades argentinas e pelo River Plate para o jogo contra o Cruzeiro, nessa quinta, funcionou até bem durante o duelo. Seria perfeita, não fosse por um incidente com torcedores celestes na madrugada desta sexta-feira.
Dois ônibus que levavam os cruzeirenses ao Aeroporto de Ezeiza para o regresso a Belo Horizonte foram apedrejados. Cada veículo teve uma janela danificada. Dois torcedores – um de cada ônibus – foram atingidos por estilhaços e tiveram ferimentos leves. Um deles chegou a sofrer um pequeno corte no supercílio. O outro, um idoso, foi procurado pela reportagem, mas preferiu não falar sobre o ocorrido.
Já no aeroporto, alguns torcedores que estavam dentro do ônibus descreveram o incidente. Eles saíram do estádio Monumental de Núñez diretamente para Ezeiza. Segundo o produtor de eventos Beto Carvalho, a escolta policial era bem feita, mas só durou até a saída da cidade. Quando os ônibus entraram na rodovia que vai até o aeroporto, os policiais se retiraram. “Eu vi os torcedores atirando as pedras, eram quatro ou cinco”, revelou o torcedor.
O aposentado Humberto Maciel, de 65 anos, estava próximo de uma das janelas quebradas. “Os policiais foram até onde podiam ir, foi um incidente. É lamentável, mas acontece, não tirou nossa satisfação pela vitória”, garantiu o cruzeirense.
Por causa dos incidentes na partida entre Boca e River, na semana anterior, as autoridades argentinas prometeram segurança máxima no Monumental para receber o Cruzeiro. De fato, desde a compra dos ingressos por parte dos cruzeirenses, houve um cuidado imenso para evitar que houvesse torcedores do Boca infiltrados. No caminho para o estádio, a escolta também foi grande. Os mineiros tiveram uma avenida completamente isolada pela Polícia Federal da Argentina para poderem transitar sem serem incomodados pelos rivais.