A opinião de Castellar foi baseada no insucesso do Cruzeiro no pedido de antecipação da segunda partida da semifinal do Mineiro, contra o Atlético. "A decisão da televisão (de manter o jogo domingo e não antecipá-lo para sábado) foi referendada pelo Tribunal de Justiça Desportiva, pela Justiça do Trabalho, e eu, particularmente, não consigo acreditar que a Globo, a Federação, a Conmebol e a Justiça Desportiva estejam erradas, enquanto a diretoria do Cruzeiro esteja certa. Acho muito mais fácil transferir a responsabilidade e dizer que a data não foi aquela pelo fundamento único de que o presidente é atleticano do que matar no peito e reconhecer a sua incompetência política junto à emissora”.
Castellar chegou a afirmar que, se Zezé Perrella ainda fosse presidente do Cruzeiro, o clube poderia ter conseguido a mudança de data das semifinais do Estadual. “Uma opinião, sem querer causar qualquer tipo de polêmica. Talvez, se o presidente do Cruzeiro fosse o Zezé Perrella até hoje, teria conseguido junto à emissora, pela força política que tem, inclusive em termos de votação eleitoral, teria conseguido a troca pela data tal, como o Cruzeiro pretendia”, alfinetou, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Como tinha dois jogos da Copa Libertadores marcados para duas terças-feiras, o Cruzeiro pretendia jogar pelo menos o segundo jogo da semifinal do Campeonato Mineiro, contra o Atlético, no sábado. Assim, o clube teria as 60 horas de descanso previstas no Regulamento Geral de Competições da CBF, fato que não ocorreu.
A TV Globo condicionou a antecipação para sábado a um consenso entre Federação, Cruzeiro (o mandante), e Atlético, mas o rival se recusou a jogar no domingo. Na ocasião, a FMF alegou que fez todos os esforços para atender os anseios do clube celeste, mas esbarrou na imposição da emissora. Por sua vez, Gilvan disse que tinha a 'palavra' da própria federação de que o jogo seria no sábado.
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Nesta sexta-feira, o presidente da FMF chegou a citar um protesto da torcida contra a diretoria do Cruzeiro para expor situações questionáveis do clube e justificar sua tese de que a gestão de Gilvan é malsucedida.
”A torcida do Cruzeiro é muito inteligente. Outro dia estava na sede do Barro Preto com oito ou nove reivindicações, e eu pergunto: será que a Federação é responsável por todas aquelas? Será que os R$ 80 milhões que a torcida fala de venda de jogadores são de responsabilidade da Federação? O fato de um atleta ter chegado na Argentina e não ter entrado. Então é muito fácil transferir a responsabilidade para a Federação”, disse o presidente da FMF à Itatiaia.
Gilvan de Pinho Tavares foi procurado para comentar as declarações de Castellar, mas não atendeu as ligações.
Por sua vez, o ex-presidente Zezé Perrella, hoje senador da República, tratou como "grave" os atritos entre o Cruzeiro e a Federação, e saiu em defesa do seu sucessor. “Sobre a declaração que comigo seria diferente, não vou fazer juízo, mas o Gilvan tem força política também e está fazendo um grande trabalho no Cruzeiro. Essa briga que está acontecendo é uma situação grave. Espero que o presidente da Federação não misture a condição de atleticano com a de presidente. Eu não o conheço pessoalmente, não tenho acompanhado o trabalho dele, estou distante do futebol. Mas o Gilvan está defendendo os interesses do Cruzeiro. Eu também cansei de brigar com a Federação com outros presidentes. Não quero entrar no mérito de dizer quem está certo ou errado, mas se o Gilvan está brigando, tem razões para isso, está defendendo o lado do clube”, disse, ao Superesportes.
Perrella lamenta reações da torcida contra Gilvan
Como presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella foi questionado muitas vezes por decisões tomadas à frente do clube. Justamente por isso, ele se solidarizou com Gilvan de Pinho Tavares pelo episódio ocorrido no último domingo, no Mineirão, quando torcedores atiraram comida no carro do mandatário celeste, na saída do estádio, em protesto contra a eliminação para o Atlético, na semifinal, a não contratação de um meia-armador.
”Pior do que essa briga dele (Gilvan) com a FMF é a impaciência de parte da torcida. Tem que respeitar o presidente. Não é porque perdemos o Rural que pode jogar resto de comida no carro dele. Ele merece respeito pelo bom trabalho, ganhou dois Brasileiros. Estamos no meio de uma Libertadores, temos que apoiar. Para mim, Rural e nada é a mesma coisa”.