Nesta segunda-feira, um grupo de torcedores de facções organizadas foi à porta da sede administrativa, no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte, e protestou novamente contra o 'desmanche do time de 2014', a falta de um armador de criação e de um diretor de futebol.
Ouvido pela reportagem, o primeiro vice-presidente e uma das pessoas mais influentes do clube, José Francisco Lemos Filho, admitiu que Gilvan 'está revoltado' com o episódio de domingo, mas negou completamente informações divulgadas por conselheiros de que ele possa renunciar.
”O Gilvan ficou muito amolado com o que aconteceu no Mineirão. Ele é campeão mineiro, bicampeão brasileiro, muitos gostariam de estar na condição dele, e vem essa reação de uma minoria da torcida. Ele ficou chateado demais de ser agredido daquela forma, verbalmente. Infelizmente, existe um grupo de torcedores difícil de lidar. Mas o presidente tem fibra, tem o reconhecimento da maioria do conselho, da torcida, o trabalho é maravilhoso e não tem essa de renúncia não. Já falei com ele hoje algumas vezes e isso está totalmente descartado”, assegurou Lemos ao Superesportes.
O primeiro vice-presidente lembra que Gilvan é absoluto no Cruzeiro atualmente, a ponto de não existir sequer um nome para sucedê-lo no futuro. “Imagina se ele sair, quem seria o presidente? Nossa preocupação é até encontrar um substituto para o futuro, mas não há nomes com esse perfil disponíveis. Encontrar uma pessoa qualificada é muito complicado”.
Homem para o futebol
Na próxima quarta-feira, o conselho do clube se reunirá na sede social do Barro Preto para a prestação de contas do departamento financeiro. Nesse encontro, há a possibilidade de Gilvan de Pinho Tavares indicar um nome para assumir a vice-presidência de futebol.
Caso o presidente defina esse profissional, que sairia do conselho, a intenção é que ele atue como um diretor de futebol. Desde que Alexandre Mattos foi para o Palmeiras, Gilvan encarregou o gerente Valdir Barbosa e o supervisor Benecy Queiroz para assumir negociações do departamento profissional.
No entanto, Benecy e Valdir não têm a mesma popularidade de Alexandre Mattos com o grupo de jogadores e os torcedores. Episódios como a deportação do atacante camaronês Joel na Argentina por falta de regularização, a divulgação de informações desencontradas, a falta de força política na FMF e o vazamento de informações, como a escalação do time do clássico, no último sábado, expuseram muito o departamento de futebol e geraram mal-estar.
O técnico Marcelo Oliveira chegou a declarar, após o clássico, que no Cruzeiro a escalação vaza, no Atlético não.
De acordo com o vice-presidente, Gilvan pode sim definir um novo nome para o futebol nos próximos dias. ”O presidente está doido para achar esse nome há bastante tempo, mas ainda não encontrou uma pessoa que seja experiente e que se dê bem com ele. É um cargo de confiança e pode ser remunerado ou não. Isso não está na pauta da reunião de quarta-feira, mas pode ser discutido sim. É verdade que o presidente gostaria de ter uma pessoa ao seu lado no futebol”, disse José Francisco Lemos Filho à reportagem.