Ronaldo fica magoado, vê intriga e diz que tudo o que faz ou fala tem um peso grande. Não nega sua paixão pelo Corinthians, onde encerrou a carreira. Ele, que já foi torcedor do Flamengo, e que dizia querer jogar no clube carioca, tornou-se fã e torcedor corintiano. “É um direito meu. Mas isso não significa dizer que não gosto do Cruzeiro, que me esqueci de BH. Nada disso. Serei eternamente grato ao Cruzeiro, onde fui muito feliz, artilheiro, com média de gols tão alta. Uma cidade fantástica, que me acolheu quando eu era muito jovem. Rodei pelo mundo, fui campeão, mas sempre há no meu coração um lugar para o time mineiro. Isso é uma bobagem tão grande que me chateia. Por que alguém renegaria sua história, ainda mais uma história tão linda que vivi no Cruzeiro? Digo aos torcedores que adoro o Cruzeiro e que nunca deixei de citá-lo em entrevista nenhuma. É minha história, que começou no São Cristovão, passou por BH, Europa e terminou no Corinthians. Foi jogando pelo Cruzeiro que cheguei à Seleção e fui ao Mundial de 1994.”
DUNGA Ronaldo segue sua vida de empresário e comentarista de TV. Viu evolução na Seleção Brasileira, da Copa do Mundo para cá, e acha que Dunga tem o perfil de técnico da equipe. “Joguei com ele. É um cara espetacular, disciplinador, que gosta de vencer sempre. Deu outra cara à Seleção e os jogadores estão correspondendo. É bom ver o Brasil jogar em Paris e ganhar. Eu vivi um trauma no Saint-Denis, e lamento não ter ganhado aquele Mundial de 1998. Nem por isso formos execrados, e ganhamos a Copa seguinte, em 2002. O futebol é assim. Nem sempre se ganha um título, mas não se pode matar uma geração. Acho que o Dunga tem mesclado bem a experiência com juventude, e tem dado certo. Vejo o Brasil no rumo certo, novamente.” Aos 38 anos, Ronaldo pensa em voltar ao futebol (é um dos sócios do Fort Laudardale, da Segunda Divisão dos EUA), mas diz que precisa emagrecer, e muito. E até brinca: “Estou em forma de pera. Mas vou me enquadrar e tentar voltar. A vantagem de ser o dono do clube é que você pode se escalar e ninguém vai reclamar.”