O Cruzeiro espera apresentar na próxima semana o meia Gabriel Xavier, da Portuguesa. A negociação, que teve início ainda no fim do ano passado, estava prestes a ser concluída na Justiça do Trabalho, mas a aproximação entre os clubes, nos últimos dias, deverá mudar o formato do negócio. O estafe do jogador trata como certa a decisão favorável, no próximo dia 12, ao pedido de rescisão de contrato por salários e benefícios atrasados. Contudo, uma ligação do vice-presidente de futebol da equipe paulista, Roberto Fonseca, ao presidente cruzeirense Gilvan de Pinho Tavares, na última quinta, mudou os rumos da negociação.
O dirigente da Lusa explicou ao mandatário cruzeirense a situação do clube, que acaba de cair para a Série C do Campeonato Brasileiro e passa sérios problemas financeiros. Gilvan de Pinho Tavares teria prometido a Roberto Fonseca resolver a situação de clube para clube, sem precisar da Justiça, com o Cruzeiro pagando por parte dos direitos. Dona de 50%, a Lusa ainda quer manter um percentual de Gabriel Xavier. Restam ajustes financeiros para que as equipes entrem num acordo.
No início da semana, antes do contato entre os clubes, o empresário do meia, Júnior Pedroso, revelou que já existe acordo entre jogador e Cruzeiro. “Se der tudo certo no julgamento, e acreditamos que dará, esperamos que o Gabriel já se apresente ao Cruzeiro no dia 13 (de fevereiro), para não perder esse período importante de pré-temporada”, disse ao Superesportes.
Novela é antiga
Antes mesmo da possibilidade da Justiça definir o futuro de Gabriel ou do contato direto entre as presidências, a negociação ganhou contornos de novela. O interesse do Cruzeiro surgiu quando Pedro Lourenço, dono dos Supermercados BH e grande parceiro da equipe celeste, foi convencido de investir na contratação. O empresário teria ofertado R$600 mil pelos 50% dos direitos econômicos que a Portuguesa detém, mas o clube paulista declinou à oferta. A partir daí, o estafe do jogador começou a buscar novos parceiros para viabilizar o negócio o quanto antes.
No Rio de Janeiro, encontraram o músico Gabriel Pensador - que também trabalha com o futebol - disposto a participar do negócio. Na época, a Lusa ainda pedia um milhão pelo percentual do qual era dona. As negociações não evoluíram e o clube paulista se viu apertado com a aproximação da data do julgamento. Então, procuraram o dono da rede de supermercados querendo aceitar a proposta antes ofertada. Ciente do processo, Pedro Lourenço disse que não tinha mais interesse.
Hoje, oficialmente, as partes tratam a divisão dos direitos econômicos de Gabriel Xavier de formas diferentes. A Portuguesa diz que tem 50%, alegando que não firmou o contrato de renovação pleiteado pelo meia. O estafe do jogador, por sua vez, diz que o novo vínculo está acordado e que, de acordo com o documento, a Lusa é dona de apenas 20% do percentual. Independentemente da divisão, um fundo de investimento de São Paulo também detém 20%.
A reportagem tentou contato com Pedro Lourenço e Gabriel Pensador durante toda a semana, mas não foi atendida.