A dinastia Perrella no Cruzeiro ficou marcada pelo grande número de vendas de jogadores. Algumas negociações entraram para a história, pelo alto valor, casos de Geovanni para o Barcelona, por US$ 18 milhões, e de Fábio Júnior para a Roma, por US$ 15 milhões.
Em outras ocasiões, o presidente Zezé Perrella foi criticado por vender jogadores de prestígio por quantias inferiores, como ocorreu com o volante Ramires, negociado com o Benfica em 2009 por 7,5 milhões de euros. No ano seguinte, o clube português vendeu o jogador por 22 milhões de euros ao Chelsea.
Adepto da prática mercantilista para “manter as contas em dia”, Zezé Perrella agora vê de longe a gestão de seu sucessor, Gilvan de Pinho Tavares. Em conversa com o Superesportes, o senador da República avaliou a situação atual do Cruzeiro. Perrella não mudou sua ideologia e, por isso, apoiou as vendas de Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas Silva, Egídio e Nilton.
”Acho que o Gilvan fez o correto. É difícil segurar o jogador depois que estoura. Os salários são muito altos. Ele precisava enxugar a folha salarial. Eu ganhei 26 títulos no Cruzeiro vendendo jogador todo ano. O grande lance é saber repor”, avaliou Perrella, que compareceu à partida contra o Shakhtar, em Brasília, nesse domingo.
O ex-presidente, porém, salientou que o cenário atual do Cruzeiro é diferente dos seus últimos anos de mandato, quando o clube mandou jogos longe de Belo Horizonte por duas temporadas e meia. Na última delas, em 2011, quase foi rebaixado à Série B.
”Era uma realidade diferente na minha época. Principalmente nos dois anos e meio em que jogamos em Sete Lagoas, a receita era muito pequena. Hoje, com o sócio e com o Mineirão, pode-se ter o luxo de vender menos jogadores”, completou Zezé.