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Falta de diretor deixa futebol do Cruzeiro confuso e com informações desencontradas

Presidente diverge de supervisor e ainda não confirma ida de Egídio para Ucrânia

Bruno Furtado Gilmar Laignier Tiago Mattar

Presidente Gilvan de Pinho Tavares optou por acumular cargo de diretor de futebol na temporada 2015
Na noite dessa terça-feira, o supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz, confirmou ao Superesportes a transferência do lateral-esquerdo Egídio para o Dnipro, da Ucrânia. O jogador não pertence ao clube e a negociação foi conduzida pelo empresário Eduardo Uram, dono dos direitos do atleta.


“O Egídio era um jogador que pertencia ao investidor. Ele, realmente, negociou o jogador. Nós vamos ter uma participação de vitrine. Ele prestou relevantes serviços, mas o Cruzeiro, no momento, não teve condições de cobrir a proposta que o investidor tinha e tivemos de liberá-lo”, disse Benecy Queiroz, que completou: “Foi negociado”.

Assista a vídeo da TV Alterosa em que o supervisor de futebol confirma a negociação de Egídio:


Já nesta quarta-feira, através do departamento de comunicação do Cruzeiro, o presidente Gilvan de Pinho Tavares, em postura mais cautelosa, informou à imprensa que a negociação ainda não foi finalizada. O clube diz que já há acordo verbal com o empresário Eduardo Uram para a transferência de Egídio.

Desde que o diretor de futebol Alexandre Mattos deixou o Cruzeiro em 31 de dezembro, o clube tem apresentado informações desencontradas sobre transferências. Inicialmente, a diretoria disse que a negociação envolvendo Egídio seria com o Dínamo de Kiev. Entretanto, o Superesportes entrou em contato com empresários ligados ao Leste Europeu, que revelaram que o destino do lateral-esquerdo seria o Dnipro. Alertado pela reportagem, o Cruzeiro retificou a informação.

Após a saída de Mattos, o presidente Gilvan de Pinho Tavares optou por acumular as funções de diretor de futebol. O mandatário não estipula prazo para a chegada de um novo dirigente para o cargo.

No período de fim de ano, as negociações para empréstimo de jogadores ficaram sob responsabilidade do supervisor de futebol Benecy Queiroz. Em 30 de dezembro, a reportagem abordou o dirigente sobre o destino de jogadores que regressam à Toca da Raposa. O dirigente não se recordava para qual clube o volante Uelliton foi cedido. Posteriormente, o Superesportes apurou que o jogador foi emprestado ao Avaí. Nessa terça-feira, o dirigente também foi quem informou a cessão do meia-atacante Elber ao Sport.

Enquanto esteve no cargo de diretor de futebol, Alexandre Mattos fazia interlocução entre o elenco e o presidente Gilvan de Pinho Tavares. Antes da saída, os jogadores pediram a permanência do dirigente, que foi apresentado como executivo do Palmeiras nesta quarta-feira. A opção feita pelo Cruzeiro por não ter um diretor voltado somente para o futebol é uma exceção entre os clubes brasileiros.

Empecilhos para negociações

A saída de Alexandre Mattos criou empecilhos para o Cruzeiro também quanto a negociações com outros clubes. O argentino Lucas Pratto esteve na pauta de contratações da Raposa, mas a saída do dirigente prejudicou a possibilidade de um acordo. Da mesma forma, a negociação com o meia Robinho, do Coritiba, foi paralisada com a decisão de Mattos de deixar o Cruzeiro.

Anunciado pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares, o volante Felipe Seymour poderia ter desembarcado em Belo Horizonte ainda no final de 2014. As negociações eram conduzidas por Alexandre Mattos em contatos com o agente André Cury, que temeu pelo fracasso do negócio com a saída do dirigente. Posteriormente, Gilvan concluiu o acordo para a chegada do atleta por empréstimo de um ano, com opção renovação por mais quatro temporadas.

Para a temporada 2015, o Cruzeiro contratou quatro jogadores: o lateral-direito Fabiano, o volante Seymour e os atacantes Joel e Leandro Damião. Todas as negociações foram encabeçadas por Alexandre Mattos.