VIOLÊNCIA
Torcedores do Cruzeiro fazem petição pedindo o fim da Máfia Azul e da Pavilhão
Na tarde desta segunda-feira, a Polícia Militar elaborou um documento detalhado sobre as confusões entre as duas torcidas. O boletim será entregue ao MP
postado em 02/12/2013 20:18 / atualizado em 02/12/2013 20:21
Cansados de presenciarem brigas constantes entre as agremiações Pavilhão Independente e Máfia Azul, torcedores do Cruzeiro criaram uma petição pública on-line para pedir o fim das duas torcidas organizadas. O último conflito entre as duas facções aconteceu na noite desse domingo depois do confronto entre o clube celeste e o Bahia. O jogo marcava a entrega da taça do tricampeonato do time mineiro. Porém, por causa do tumulto generalizado, a festa do título foi cancelada. Ao todo, 22 pessoas acabaram presas no conflito.
A petição pública foi criada nessa segunda-feira e é endereçada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Até às 19h50, mais de 4,3 mil pessoas já haviam assinado o documento. Na ação, o autor do abaixo-assinado afirma que os “os verdadeiros torcedores” estão cansado com os prejuízos causados pelas duas torcidas organizadas.
“Nós, os verdadeiros torcedores do Cruzeiro Esporte Clube, viemos através desta Petição Pública pedir as autoridades competentes o fim das Torcidas Organizadas, Máfia Azul e Pavilhão Independente. Essas duas "entidades" vem durante um bom tempo causando sérios prejuízos financeiros e a imagem do Cruzeiro Esporte Clube. Nós, torcedores do Cruzeiro, julgamos ser pertinente a intervenção das autoridades para por um fim nessas organizações criminosas disfarçadas de torcedores”, diz a petição.
A festa do título do Cruzeiro foi manchada pela briga entre duas torcidas organizadas do time. Ao todo, 22 pessoas acabaram presas no domingo por causa do conflito. Além dos envolvidos na briga e das depredações, outras 28 pessoas foram detidas por crimes considerados pela Polícia Militar (PM) como de menor potencial ofensivo. Ao todo, foram registrados 18 boletins de vandalismo, agressão, furtos, além de atividade ilícitas dos cambistas, ambulantes e flanelinhas. Desses boletins, 31 pessoas foram detidas e duas presas em flagrante. Essa últimas encaminhadas para o Centro de Remanejamento de presos (Ceresp) Gameleira.
O tumulto entre as agremiações começou por volta das 19h30 na Avenida Abrahão Caram – próximo à passarela de ligação com o Mineirinho e portão G3 –, quando membros de duas facções organizadas entraram em novo conflito. Uma multidão de torcedores tentou se proteger correndo em direção ao portão Norte. Os vândalos se dissiparam apenas com a chegada do batalhão de choque da PM, que fez um cordão de isolamento – além do uso de balas de borracha e gás lacrimogênio. Minutos antes o ônibus com a delegação do Bahia deixou o estádio sob uma chuva de copos e objetos lançados entre a multidão. No meio do tumulto, muitos torcedores se feriram e tiveram de ser socorridos na própria calçada.
Documento detalha briga
A Polícia Militar (PM) se reuniu na tarde desta segunda-feira para elaborar um boletim de ocorrência detalhado de todo o tumulto que aconteceu entre as duas torcidas organizadas no entorno do Mineirão. O documento será entregue ao Ministério Público que vai avaliar as punições para as duas agremiações. “Vamos reunir, além dos boletins de ocorrência, imagens e documentos que retratam outros fatos envolvendo as duas torcidas”, afirma a comandante do policiamento da capital, Coronel Cláudia Romualdo.
O caso deve ficar a cargo do promotor Edson Antenor, da Promotoria de Defesa do Consumidor de Minas Gerais.