Nesse domingo, a violência entre duas torcidas organizadas do Cruzeiro levou a cenas de selvageria nos arredores do Mineirão, além de impedir que o clube realizasse a festa em comemoração pelo tricampeonato nacional. Uma pesquisa feita pelo instituto Stochos Sports & Entertaiment, divulgada no mês passado, aponta que os torcedores mineiros são os mais preocupados com a violência das organizadas.
Os resultados do levantamento apresentam a divisão por torcidas. Os mineiros estão entre os cinco primeiros que colocam as organizadas como principais responsáveis pela violência no futebol. Os atleticanos ouvidos na pesquisa aparecem em primeiro ao apontar essas facções como culpadas, com 89,4%. Já os cruzeirenses figuram em quinto, com 86%.
No estudo, 84,5% dos entrevistados atribuíram a violência no futebol às torcidas organizadas. Apenas 8,4% apontaram o item poder público/segurança pública como culpados por cenas como as vistas nas proximidades do Mineirão nesse domingo.
Advogado especialista em Direito Desportivo e Secretário da Comissão de Direito Desportivo e Conselho Federal da OAB, Eduardo Carlezzo avalia que punições só existirão quando as penas forem mais rígidas. “Embora o Estatuto do Torcedor desde 2010 criminalize os atos violentos praticados por torcedores dentro dos estádios, está claro que isto não está surtindo efeito e que a violência não está diminuindo”, disse.
“Creio que dois motivos são fundamentais: amenidade das penas e falta de fiscalização e articulação entre polícia e judiciário. Precisamos urgentemente de endurecimento das penas e planos de segurança para o combate da violência por parte dos órgãos públicos”, complementou.
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 de agosto e 30 de setembro deste ano, com 8.112 entrevistados, entre torcedores de 16 e mais de 60 anos. A margem de erro é de 1,1% para mais ou para menos
