De ídolo da torcida, o argentino virou vilão após a saída. Isso porque, segundo o presidente Gilvan de Pinho Tavares, os pedidos do jogador para sair foram o motivo principal da venda. Dois meses depois, Montillo dá outra versão à negociação.
“O torcedor ficou bravo, me chama de mercenário, mas a verdade é que o presidente (Gilvan de Pinho Tavares) precisava me vender. Agradeço ao Cruzeiro, um grande clube que me deu a oportunidade de vir para o Brasil. Mas não tenho o que explicar ao torcedor. O presidente falou muitas coisas que não foram certas quando eu saí, para botar a torcida do lado dele. Mas eu não preciso disso. Minha consciência está tranquila”, disse o atleta, em entrevista à revista Placar de março.
”O Cruzeiro precisava montar um time, mas não tinha dinheiro. Há dois anos, não contratava jogadores de peso e, por isso, quase foi rebaixado duas vezes. Depois que eu saí, montaram um time forte, com Dagoberto e Diego Souza”, completou Montillo, embora a contratação de Diego Souza tenha sido efetuada antes de sua saída para o Santos.
“Sempre fui profissional e cumpri minhas obrigações. Eu não devo nada ao Cruzeiro, e o Cruzeiro não deve nada a mim”, concluiu o argentino.
Versão do Cruzeiro
Em entrevista ao Superesportes, nessa terça-feira, o diretor de futebol Alexandre Mattos garantiu que a intenção da diretoria era manter o jogador, como tinha feito no ano anterior. O pedido de Montillo para jogar no Santos teria sido o motivo principal da liberação.
”A posição da diretoria sobre o Montillo era a permanência mesmo. O Cruzeiro não queria se desfazer do Montillo. Esse era nosso ponto principal, não queríamos vender. O que mudou foi a partir do momento que o Montillo se posicionou, nos telefonou, quando estava de férias, tanto para mim como para o presidente, deixando claro que queria respirar novos ares. A partir daí nós dissemos a ele que, se viesse aquilo que o Cruzeiro entendia que era uma boa quantia, faríamos o negócio”, explicou Mattos.
”Fizemos uma negociação que envolveu a maior quantia absoluta entre clubes brasileiros na história, que foram 10 milhões de euros à vista mais o Henrique. É um jogador de 29 anos que respeitamos, tem uma história aqui, mas seria uma irresponsabilidade não fazer o negócio. Se hoje o Cruzeiro tem um grande elenco, é porque fizemos a opção de vender bem vendido um jogador para conseguir formatar um grande elenco. O dinheiro do Montillo foi reinvestido no futebol profissional do clube”, completou.