Pelo contrato de fidelização firmado entre Cruzeiro e Minas Arena, em novembro de 2012, a concessionária que administra o Mineirão é a responsável por organizar a venda de ingressos dos jogos do time celeste. Porém, insatisfeito com a desorganização apresentada até aqui, o presidente Gilvan de Pinho Tavares cogita que o clube assuma o controle da comercialização de bilhetes.
Para fazer a venda de ingressos, a Minas Arena contratou a empresa Outplan. Caso a concessionária não tome providências para alterar a gestão da comercialização de bilhetes, o Cruzeiro quer tomar à frente.
“Vamos, de novo, procurar a Minas Arena, para ver se trocam a empresa ou passam ao Cruzeiro para fazer a bilhetagem. Está se tornando desagradável. A torcida está reclamando. A estimativa de hoje é que 4 mil pessoas desistiram da compra de ingressos e foram embora para suas casas”, disse Gilvan de Pinho Tavares ao Superesportes.
Neste sábado, longas filas foram formadas ao redor do Mineirão. Segundo a Minas Arena, 12 guichês estiveram abertos para a venda de ingressos. Com o grande volume de torcedores cruzeirenses aguardando para a compra de bilhetes, muitos conseguiram acesso apenas durante o segundo tempo. Outros milhares desistiram de ter acesso ao estádio. No jogo entre Cruzeiro e Tombense, foi registrado público de 21.152 pagantes, com renda de R$ 898.780,00.
Em nota, a Minas Arena destacou que os ingressos para o jogo entre Cruzeiro e Tombense estavam à venda desde quinta-feira. De acordo com a concessionária, as filas foram causadas pela alta procura pouco antes de o jogo começar. “O sistema de vendas funcionou com tempo médio padrão de atendimento e todos os torcedores que estavam na fila foram atendidos”, alegou.
A empresa responsável por administrar o Mineirão ainda argumentou que houve problemas gerados pelo programa sócio do futebol. “A gestão do programa sócio torcedor do Cruzeiro está ciente do acúmulo de pessoas no portão C, ocasionado pelo grande número de sócios torcedores inadimplentes com o clube querendo ter acesso ao estádio. A Minas Arena não mediu esforços para apoiar o Cruzeiro, como, por exemplo, disponibilizar uma loja na esplanada para que os torcedores regularizassem a situação”, afirmou em nota.
Entretanto, o presidente cruzeirense contesta o problema com os associados do clube. “Muitos sócios reclamaram que foram mal atendidos. Estavam em dia com as mensalidades e não estavam tendo acesso ao estádio. Teremos de resolver isso nesta semana”, ressaltou Gilvan de Pinho Tavares.
Problemas repetidos
O Cruzeiro já havia manifestado insatisfação com a venda de ingressos para o jogo contra o Atlético, me 3 de fevereiro. Na comercialização de bilhetes para o clássico, houve demora para abertura das bilheterias, gerando longas filas, e problemas na venda online. Em meio aos tumultos, houve depredação na sede e de lojas do Cruzeiro.
O departamento de marketing do clube questionou ainda a atuação da Outplan. Segundo o diretor cruzeirense Marcone Barbosa, a empresa vendeu ingressos que o clube havia solicitado para serem reservados a sócios. No jogo contra o Atlético, 600 associados não tiveram acesso ao Mineirão.