A entrevista do presidente Gilvan de Pinho Tavares na sexta-feira, quando deixou dúvida sobre a permanência de Celso Roth em caso de tropeço do Cruzeiro diante do Vasco, neste domingo, causou aborrecimento no técnico gaúcho. Antes de a bola rolar no Estádio Dilzon Melo, em Varginha, o comandante lamentou o posicionamento público do dirigente.
Roth disse ter nas mãos um elenco em formação, com algumas posições ainda carentes, e lembrou que as declarações do presidente geraram intranquilidade na comissão técnica.
”Nós viemos fazendo um trabalho, até certo ponto, a meu ver, bem equilibrado. Estamos com derrotas, estamos, mas o time tem os seus problemas, tem os seus desequilíbrios. Nós viemos tentando administrar isso, e demonstra, infelizmente, um momento que deixa todos os profissionais que estão trabalhando, tentando fazer o melhor, com um ponto de interrogação publicamente perigoso. Isso certamente não é bom, não deixa a gente ter a tranquilidade normal para poder trabalhar”, disse Celso Roth ao canal pago Premiere.
Em outra entrevista, concedida à Rádio Itatiaia, Roth alfinetou a diretoria ao lembrar que, em grande parte do Brasileiro, não teve laterais de origem. No lado direito, por exemplo, o experiente Ceará foi contratado, mas ficou longo tempo em fase de condicionamento físico e, posteriormente, contundido. Por isso, ele precisou improvisar o zagueiro Leo no setor. Já na lateral esquerda, o meio-campista Everton ainda é titular, pois não há um especialista.
Na sexta-feira, na Toca da Raposa II, Roth se defendeu ao lembrar que, um clube de ponta, como o Cruzeiro, deveria ter ao menos dois jogadores por posição. Neste domingo, antes da partida contra o Vasco, ele insistiu no tema ao falar do retorno de Ceará ao time. “É jogador da posição. Não tenho jogador (na direita) e não tinha na esquerda, apesar de o Everton estar fazendo excelentes partidas. Mas (o Ceará) é um jogador da posição”.
Ceará só atuou em sete dos 16 jogos realizados pelo Cruzeiro desde que ele foi contratado. (UAI)
CORDA BAMBA
Celso Roth admite incômodo com pressão pública feita pelo presidente do Cruzeiro
"Não deixa a gente ter a tranquilidade normal para poder trabalhar"
postado em 16/09/2012 16:31 / atualizado em 16/09/2012 16:44