Na súmula do clássico mineiro, o árbitro Nielson Pereira Dias relatou os diversos objetos atirados no gramado, inclusive um celular, uma bateria de celular, uma buzina a gás, uma camisa e vários copos de água. Embora a partida tivesse apenas a presença de torcedores cruzeirenses, os dirigentes esperam evitar a perda de mando de campo no Brasileirão.
Confiante na atuação do departamento jurídico, o diretor de futebol Alexandre Mattos destacou que o clube ainda não tem “plano b” caso seja impedido de utilizar o Independência. “Não aconteceu ainda o problema. Primeiro vamos tentar... O Cruzeiro conseguiu prender um torcedor, temos artimanhas de defesa. O Cruzeiro vai levar vídeo, fazer relatório, cobrar postura da comissão de arbitragem da CBF para que converse com esse cidadão e tome uma providência”, afirmou.
Mattos alegou que algumas das pessoas que arremessaram objetos no gramado não são torcedores cruzeirenses. “Torcedor hoje já é bem coerente naquilo que é certo e errado, só que é movido pela emoção. O espetáculo estava sendo prejudicado por um cidadão que não deveria ser o centro das atenções. Ele para na frente da torcida, abre os braços e, praticamente, pede que joguem mais objetos. Ele quis aparecer, é uma pessoa cheia de si, ignorante no fundo da palavra. O torcedor sabe da dificuldade de tirar a delegação de Belo Horizonte. Mas temos de saber que torcedor é esse, ouvimos falar até que tinha gente infiltrada, que nem torcedor do Cruzeiro é”, disse.
Na súmula, Alexandre Mattos foi citado por invasão ao gramado no intervalo de jogo e reclamação direcionada à arbitragem. Já o gerente de futebol Valdir Barbosa e o diretor de comunicação Guilherme Mendes foram relatados por agressão verbal. Segundo o árbitro, eles disseram “você é um ladrão, já roubou a gente em Uberlândia e está roubando novamente”, em tom incisivo, e foram contidos pela Polícia Militar.
O diretor de futebol cruzeirense atribuiu a invasão de campo e as ofensas ao árbitro como consequência da atuação de Nielson Pereira Dias. “Ele tinha de carregar (na súmula) contra ele também, porque conseguiu um feito inédito, colocar Cruzeiro e Atlético unidos em uma reclamação em comum. Todos viram o que aconteceu, principalmente no primeiro tempo. Não justifica cometer erros, mas somos seres humanos, como o torcedor que errou ao jogar objetos em campo, levado por uma arbitragem horrorosa, ridícula, que já cometeu erros contra o Cruzeiro em 2010, e foi punida por isso”, comentou.
“Não era ele quem deveria estar lá, foi colocado e fez o que fez, estragou um jogo muito aguerrido, de duas equipes buscando a vitória, num placar que poderia ter sido mais favorável ao Cruzeiro. Ele vem, recebe, e bem, e estraga o espetáculo, isso acarretou as consequências, dentre elas as relatadas na súmula”, acrescentou.
Mattos também tentou justificar sua ida ao gramado durante o intervalo da partida. “Simplesmente, fui cobrar dele que fizesse uma arbitragem mais justa, não tinha necessidade dos quatro minutos de acréscimos. Falei sem nenhum tipo de palavrão e ofensa. A ideia de todos era cobrar postura de quem estava recebendo, e bem, para ser um profissional e trabalhar direito”.