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Desde 2003, Celso Roth é o sexto técnico a trabalhar nos arquirrivais Galo e Cruzeiro

Treinador Gaúcho esteve no Galo em 2003 e 2009 e comandará o Cruzeiro no Nacional

postado em 15/05/2012 17:00 / atualizado em 15/05/2012 18:09

Jorge Gontijo/EM/D.A Press.
Pode ser mera coincidência, mas nas últimas nove temporadas do futebol brasileiro, cinco treinadores estiveram no comando de Atlético e Cruzeiro, em anos diferentes, com exceção de Cuca, no Nacional de 2011. Com a contratação de Celso Roth pelo time estrelado, o treinador gaúcho se torna o sexto da lista de comandantes que ocuparam o banco de reservas dos arquirrivais mineiros.

Levir e Leão

O primeiro a transpor de um lado para o outro da ‘Lagoa’ foi Levir Culpi. Ele foi o técnico celeste em 2005, quando foi vice-campeão estadual após perder para o Ipatinga. Já em 2006, Levir levou o Atlético ao título da Série B e garantiu a volta à elite nacional. Com estilo linha dura, Émerson Leão teve um período conturbado na Toca, em 2004, onde houve atrito com jogadores experientes do grupo celeste, como o chileno Maldonado, e teve o fim decretado por causa das divergências. Cinco anos depois, ele foi o responsável por treinar o Galo no Estadual, mas foi demitido após ser goleado pela Raposa, por 5 a 0, no primeiro duelo da final regional e perder para o Vitória, no jogo de ida da Copa do Brasil.

Dorival Júnior


Dorival Júnior passou por momentos distintos nos clubes da capital. Em 2007, pelo Cruzeiro, o técnico encarou seu primeiro desafio num dos grandes do futebol brasileiro e conseguiu cravar uma vaga na Libertadores. Depois de passar por outras equipes e ser campeão Paulista e da Copa do Brasil com o Santos, ele veio para o Galo em 2010 com a missão de salvar o time do rebaixamento. Dorival cumpriu a missão e evitou a queda que parecia certa, porém, no ano seguinte, ele não resistiu às críticas e brigas internas e acabou deixando o Atlético.

Vanderlei Luxemburgo

Quando assumiu a equipe celeste em 2002, Vanderlei Luxemburgo era um dos nomes mais respeitados no mundo dos treinadores. Com a desclassificação na última rodada do Nacional daquele ano, Luxemburgo teve tempo para montar um dos grupos mais vitoriosos da história azul. Sob a batuta do carioca, o Cruzeiro sagrou-se campeão da Tríplice Coroa (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro), só que o entrosamento entre o comandante e a diretoria se esvaiu e o treinador deixou o clube em 2004.

A promessa de um projeto vencedor foi o carro-chefe do discurso de Vanderlei quando retornou a Belo Horizonte em 2010, dessa vez para treinar o Atlético. Mesmo com o título Regional, ele não lembrou o comandante consagrado de outras equipes e saiu do time ameaçado de rebaixamento, após uma goleada vexatória para o Fluminense, por 5 a 1, no Engenhão. Atualmente, Luxa é o técnico do Grêmio.

Cuca

Vipcomm e REUTERS/Enrique Marcarian e Vipcomm
O caso de Cuca é o mais emblemático dentre todos que permearam pela rivalidade dos arquirrivais. O treinador atravessou uma fase mágica na Toca, considerado o mentor do ‘Barcelona das Américas, até acontecer uma eliminação improvável na Libertadores’2011, para o Once Caldas, na Arena do Jacaré. O encanto acabou após a queda para os colombianos e Cuca não conseguiu engrenar o time no início do Brasileiro, até entregar o cargo na quinta rodada.

A justificativa dada pelo presidente Alexandre Kalil quando contratou Cuca era que ninguém conhecia melhor o grupo do Atlético dentre as opções disponíveis no mercado. Ele veio na temporada 2011, depois de começar o Nacional pelo Cruzeiro. Como Dorival Júnior saiu do Galo, a aposta de Kalil foi num técnico que conhecesse o elenco para salvar o Atlético da degola. O plano do presidente atleticano surtiu efeito e na penúltima rodada, contra o Botafogo, o Alvinegro se livrou matematicamente da queda. Mesmo com o ‘milagre’, Cuca teve o pior pesadelo no encerramento do campeonato, quando o Atlético foi goleada pelo Cruzeiro por 6 a 1, num jogo que poderia decretar o rebaixamento da Raposa.

Mantido para 2012, o paranaense foi questionado pelo torcedor, principalmente pela ‘mancha’ deixado no fim do Brasileiro. Após ser eliminado na Copa do Brasil, na estreia do Galo no Independência, diante do Goiás, Cuca teria ameaçado deixar o cargo. Presente na decisão do Estadual, o treinador continuou à frente do Galo e se tornou bicampeão mineiro, sendo que a primeira conquista foi com o uniforme estrelado.

Celso Roth


As duas melhores campanhas do Alvinegro no Brasileiro de pontos corridos tiveram uma semelhança: Celso Roth. Sob o comando do gaúcho, em 2003 e 2009, o Galo teve as participações mais regulares na competição. Inclusive, na última vez que esteve na Cidade do Galo, Roth liderou o Nacional por oito rodadas. Agora, no Cruzeiro, o técnico terá a missão de colocar ordem na casa. No primeiro semestre, o time da Toca apresentou falta de padrão de jogo, problemas financeiros, poucas peças de reposição e queda de rendimento da principal estrela, Walter Montillo, que sofreu com as contusões e assédio de clubes paulistas.