O terceiro gol do América sobre o Cruzeiro, marcado por Alessandro, promete render muita polêmica ao longo da semana e esquentar ainda mais o clássico de domingo, às 16h, que definirá o segundo finalista do Campeonato Mineiro 2012. Durante a comemoração, o jogador americano fez o sinal de “encerrado”, como se a vaga já fosse do Coelho, que vencia por 3 a 0. Mas os celestes reagiram no fim e definiram o placar em 3 a 2.
O goleiro Fábio e o meia Roger, do Cruzeiro, saíram de campo revoltados com a comemoração de Alessandro e lembraram que uma vitória simples na partida de volta os coloca na final. Portanto, o suposto ato de “arrogância” só motivará os celestes para a decisão da vaga.
”O América precisa respeitar o Cruzeiro. O Cruzeiro não é qualquer time. É o maior time de Minas Gerais, tem a maior torcida. O jogo só acaba quando o juiz apita. Então são dois gols para recolocar a gente na semifinal. E só acaba no domingo que vem, e a gente vai ver como vai acabar”, desabafou Roger.
Fábio conviveu com Alessandro no Cruzeiro em 2009 e acha que a comemoração tem relação direta com sua passagem apagada pela Toca da Raposa. “Acho que o Alessandro tem de ter mais respeito. Ele não pode ficar com mágoa do Cruzeiro por não ter conseguido render no Cruzeiro. O cara tem de ser profissional e analisar, não ficar de mágoa com o clube, algum treinador, alguns jogadores. Se fosse assim, ele teria de ficar com mágoa no Atlético e outras equipes em que ele não conseguiu jogar. Ninguém fica desrespeitando nenhum adversário. Aqui dentro do Cruzeiro, a gente não permite isso. A falta de respeito com qualquer equipe, independentemente de onde seja, a cor da camisa, o estado que representa, a gente tenta respeitar todos que enfrentamos com bom futebol. Quando a gente é inferior, a gente dá méritos ao adversário, como foi hoje com o América”.
Em seguida, o goleiro foi ainda mais duro ao se referir a Alessandro. “O cara tem de ser profissional e, principalmente, homem, para assumir que não conseguiu jogar no Cruzeiro, e não ficar de mágoa. Isso não é profissionalismo nem papel de homem, mas cada um tem suas atitudes e suas consequências. A gente fica triste, porque isso não valoriza o futebol e, na carreira dele, só fecha portas, não só aqui, mas em outras equipes”.
Já na saída da Arena do Jacaré, com a cabeça mais fria, Alessandro tomou conhecimento das declarações de Roger e Fábio. O atacante disse ter o direito de comemorar um gol como quiser e minimizou o que foi encarado pelos cruzeirenses como desrespeito. “Cada um comemora da forma que acha melhor no momento e no calor do jogo. Eles estão criando uma situação para levar para o segundo jogo, isso é critério deles. Então, isso vai de cada um, acho que o jogo foi bom, tomamos dois gols, infelizmente, praticamente na nossa falha, mas a gente entrou determinado, é assim que tem que ser”.
Alessandro citou uma declaração dada por Roger, ao longo da semana, na qual ele se refere ao América como um “timezinho bom”. Para ele, isso sim foi uma afronta. “Pelas declarações que a gente viu, acho que quem menosprezou foram jogadores do Cruzeiro. O América entrou focado, com humildade, e conseguiu fazer o resultado”.
Acerca de Fábio, ex-companheiro de Cruzeiro, em 2009, Alessandro estranhou o tom do depoimento, pois o considerava um amigo no futebol. “Quem tem boca fala o que quer. Se ele falou isso, paciência. Ele é um dos amigos que deixei lá (na Toca), ele me conhece bem, ele está criando uma situação que talvez pode ser da cabeça dele, ele me conhece muito bem. O Roger, joguei com ele, converso com ele, tenho uma amizade com ele, e acho que eles estão criando uma situação. Isso depende deles. A gente tem que trabalhar uma semana, com humildade, para vencer o jogo de volta também”.
Por ter feito melhor campanha na fase de classificação do Mineiro, o Cruzeiro poderá ir à final com uma vitória por um gol de diferença. Já o Coelho passará à decisão com um empate.