Cruzeiro

Garoto Éber teve crise convulsiva e médicos tentam descobrir as causas

Jogador do Cruzeiro está internado e passará por exames até esta sexta-feira

Bruno Furtado Gilmar Laignier

Éber passa por exames minuciosos para que causas da convulsão sejam descobertas



Na terça-feira pela manhã, crise de hipoglicemia. Nesta quinta cedo, crise convulsiva. Dois episódios ocorridos com o volante Éber em treinos, num curto espaço de tempo, e que colocam o departamento médico do Cruzeiro em alerta. O jogador de apenas 19 anos, recém-promovido da base, passa por exames minuciosos para que as causas do problema de saúde sejam descobertas e controladas.

Éber continuará internado até que todos os exames sejam feitos. “O Éber teve uma crise convulsiva e foi atendido de imediato. Nos primeiros instantes, ele já se recuperou de forma espontânea. Como os dados vitais, como pulso, pressão e respiração permaneceram estáveis, procuramos já encaminhá-lo para um serviço hospitalar para fazer avaliação neurológica e cardiológica, junto com alguns exames, para a gente definir uma possível causa que tenha provocado essa crise convulsiva. A gente acompanhou o atleta até o hospital, alguns exames foram feitos de imediato, como tomografia computadorizada de crânio, e inicialmente não foi encontrada nenhuma alteração. É provável que ele fique no hospital até amanhã (sexta-feira), até que termine a realização desses exames, para ver se a gente consegue achar uma possível causa”, disse o médico Sérgio Freire Júnior.

Segundo o médico cruzeirense, responsável pelo atendimento do jogador na Toca na terça e nesta quinta, as duas crises tiveram características distintas, mas podem ter relação.
Médico Sérgio Freire Júnior espera que convulsão tenha sido caso isolado na vida de Éber


No primeiro dia, Éber não perdeu a consciência. Nesta quinta, sim. “Na terça-feira, o quadro apresentado foi completamente diferente do de hoje. Na terça, ele sentiu mal-estar, uma tonteira, e só se sentou no campo, não teve perda de consciência. Foi como se fosse só um alerta do corpo. É claro que outro acontecimento, dois dias depois, pode de alguma forma estar ligado ao acontecimento anterior. Mas foram acontecimentos diferentes. Em princípio, o mal-estar de terça-feira não nos alarmou. Deixamos evoluir, só observamos e ele treinou na terça-feira à tarde, na quarta, sem sentir nenhum problema. E veio a ter essa convulsão nesta quinta”.

O médico do Cruzeiro evitou fazer previsões sobre a sequência da carreira de Éber. A confiança é grande de que as causas serão descobertas e que o volante terá uma vida normal. “Só teremos certeza, o que vai definir são os exames. Mas, por ele nunca ter tido outro episódio de convulsão, os primeiros exames não demonstrando nada de maior risco, de maior perigo, a gente não acredita que isso seja motivo que ofereça algum risco para o jogador”, disse.

Diogo Mucuri

Em 6 de setembro de 2006, a Toca da Raposa II foi abalada por um episódio parecido, mas de maior gravidade. Durante o treino da manhã, o volante Diogo Mucuri desabou no gramado ao sofrer um infarto agudo do miocárdio.

O jogador foi afastado das atividades após o diagnóstico do departamento médico cruzeirense de trombofilia – obstrução das artérias causada por acúmulo de células do sangue.

Em setembro de 2007, já fora do futebol profissional, Diogo Mucuri teve outro infarto, dessa vez em uma pelada entre amigos.

Hoje, o ex-jogador processa o clube, pois alega ter sentido dores no peito antes do primeiro infarto, em 2006. Médicos procurados por Diogo Mucuri posteriormente entenderam que um medicamento usado para tratamento do tornozelo, em 2006, – Arcoxia 120mg, já retirado do mercado – teria influenciado no primeiro infarto.

Cruzeiro e Diogo Mucuri não chegaram a um acordo na primeira audiência, no dia 13, na 3ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Nova sessão está marcada para 7 de dezembro deste ano.

Diogo também processa o laboratório Merk Sharp e Dhome Farmacêutica, fabricante do Arcoxia. (UAI)