Cuca quer evitar acomodação e pede 'sangue nos olhos' contra o Guaraní
Aos gritos, treinador pediu 'sangue nos olhos' na partida contra o Guaraní, nesta terça
postado em 21/02/2011 17:28 / atualizado em 21/02/2011 18:15
O técnico Cuca mostrou no treino desta segunda-feira, na Toca da Raposa II, que não quer deixar o ritmo do Cruzeiro diminuir após as vitórias sobre Estudiantes, pela Copa Libertadores, e Ipatinga, pelo Campeonato Mineiro. Ele interrompeu a atividade algumas vezes, cobrou dos jogadores que mostraram pouco empenho e tentou pôr todos no clima aguerrido que quer ver em campo nesta terça-feira, contra o Guaraní do Paraguai, pelo torneio continental.
”Se você entrar achando que está tudo tranquilo e fizer treininho leve, morno, você faz jogo leve e morno e não ganha”, disse.
O comandante notou atletas dispersos ao longo do trabalho, postura que pode custar um resultado negativo diante dos paraguaios. As paralisações lhe possibilitaram dar um ‘choque’ no elenco.
”Me incomoda a situação que a gente vive hoje, por isso eu parei o treino duas ou três vezes exigindo mais concentração, porque, amanhã, é parâmetro o último jogo. A gente tem que estar concentrado, ligado, sempre tendo que provar. As quartas-feiras comprovam ou desmentem os domingos. Tem que estar sempre provando, jogo em cima de jogo. Se não estiver antenado, ligado, achando que já fez alguma coisa, você não ganha. E nós não ganhamos nada. Temos muita coisa para fazer ainda”, disse.
Papo cara a cara
Por conta desse sinal de alerta, dado pelo grupo no treino, Cuca adiantou que teria conversas individuais com os jogadores durante a concentração, tentando mostrar a importância de entrar em campo com a mesma disposição da vitória sobre o Estudiantes.
Na opinião dele, seria um erro pensar que o Guaraní oferecerá menor resistência. “Vou estar atento a essa concentração, mobilizando, porque é jogo decisivo. Se você vive um grande momento, é hora de estar mais rígido ainda, porque as coisas não podem afrouxar, não podem fugir das nossas mãos. A gente tem que fazer jogo equilibrado, bom, com alta disposição, senão a gente é negativamente surpreendido”, reforçou o treinador.
Chega de só ameaçar
No fundo, o treinador quer mudar a mentalidade de todos os jogadores não só para o próximo jogo, e sim para a temporada. Chegou a hora de o Cruzeiro voltar a conquistar coisas importantes.
Títulos dependem de luta, seja de Libertadores, de Mineiro ou de Brasileirão. ”O futebol é bonito, é espetáculo, é gostoso, para mim também, é a minha vida. Mas o importante para nós é ganhar. A gente tem que se acostumar a ganhar e odiar a perder. Eu, quando perco, fico doente, eu não durmo, eu fico mal. Cada um reage de um jeito, mas, como a gente odeia perder, tem que fazer de tudo para vencer. No nosso ramo só é bom se ganha. Se é ruim, é burro, é mercenário, é time sem vergonha. Por isso, quando está bem, tem que ser mais duro para continuar bem. Se amolecer, você entra em parafuso e para recuperar é duro. E tem que estar com essa vontade de ganhar amanhã, assim como tem que ter essa vontade de ganhar sábado, do América-TO. Aí a gente se torna um time ganhador”. (UAI)