A Copa do Mundo chegou ao fim. Nesse domingo (18), os argentinos foram mais competentes que os franceses na disputa de pênaltis e venceram por 4 a 2, após empate em 3 a 3 ao fim do jogo, coroando o atacante Lionel Messi e os demais como campeões. O Mundial do Catar marcou nova queda do Brasil, agora para a Croácia, nas quartas de final, e a pergunta fica: o que a Seleção precisa para merecer vencer uma Copa?
Na próxima edição do Mundial, em 2026, serão 24 anos de espera, igualando o maior período sem Copas conquistadas pelo Brasil desde a primeira das cinco delas, em 1958.
Ouvimos colunistas e repórteres do Estado de Minas e do Superesportes sobre o que precisa ser feito para a Seleção ter esperança de retomar o caminho da glória.
Ouvimos colunistas e repórteres do Estado de Minas e do Superesportes sobre o que precisa ser feito para a Seleção ter esperança de retomar o caminho da glória.
Opiniões sobre o futuro da Seleção Brasileira
João Vítor Marques, enviado especial ao Catar
A pergunta é muito complexa e tem várias respostas possíveis. De bate-pronto, penso que é necessária uma reformulação mais profunda no planejamento da CBF para o futebol nacional, desde a formação de jovens jogadores às diretrizes de como deve ser o jeito de jogar da Seleção Brasileira - como fizeram as campeãs Espanha (2010), Alemanha (2014) e França (2018). Soluções a curto prazo, como a simples escolha de um treinador de renome, podem, sim, resultar em um ciclo vitorioso que termine em título na Copa do Mundo de 2026. Afinal, a geração atual tem ótimos talentos. Mas os problemas são muito maiores do que esse.
Marcos Paulo Lima (Correio Braziliense)
A Seleção precisa de um projeto. Exceto a Argentina, cujo plano era ganhar a qualquer custo a fim de encerrar o jejum de 36 anos antes do adeus de Messi à Copa, e da Itália de 2006, todas as campeãs no século tinham um norte, um conceito de jogo. Foi assim com Espanha, Alemanha e França, campeã em 2018 e vice em 2022.
É impossível escolher um técnico sem um plano estruturado para o hexa. Sim, há uma geração incrível adiante. Imagina um ataque com Vinícius Junior, Endrick e Rodrygo? Mas sem alicerce, todos serão desperdiçados, como foram no Catar. É inadmissível também a falta de um psicólogo do esporte na comissão técnica. Tem faltado força mental contra potências e adversários de segunda linha da Europa. Talento não falta. Ideia e cabeça no lugar, sim. Muito. É preciso urgente descobrir um meia. Como se não bastasse não ter, o Brasil é recorrentemente eliminado por quem desfruta de um.
Jaeci Carvalho
Primeiro, a CBF precisa escolher um técnico capacitado a recuperar nosso DNA ofensivo! De toque, tabela, drible, passe e gol. Um técnico que não seja submisso a Neymar e companhia. Fazer um trabalho uniforme das categorias de base até a seleção principal. Acho que o Luís Enrique, da Espanha, seria um grande nome.
Kelen Cristina
É preciso, em princípio, voltar a formar um grupo que tenha unidade, identidade de seleção no sentido mais primário, que é estar ali para representar um país - e não apenas mais um objetivo individual da carreira de cada um deles. Essa concepção é visível, por exemplo, na atual campeã, Argentina.
A ideia de merecimento para o Brasil voltar a ser campeão vem também muito atrelada à execução de ideias de jogo mais sólidas, com variações que explorem o talento individual, mas que sejam fortalecidas pelo coletivo. E isso vai depender primordialmente do treinador a ser escolhido pela CBF.
Jorge Nicola
Contratar um técnico estrangeiro é o primeiro passo! Existe enorme escassez de treinadores brasileiros - nenhum hoje é melhor do que Tite, que falhou nas duas tentativas em Copa do Mundo. Depois da escolha do estrangeiro, será preciso paciência! Porque nada que será conquistado até 2026 terá o valor desejado pelo torcedor. A boa notícia é que existe enorme potencial humano. A nova geração de atletas é excelente, a melhor do mundo.
Bob Faria
Acho que é preciso fortalecer o preparo mental dos jogadores brasileiros. A maior parte é muito desconectada com o nível de competitividade que o futebol moderno pede. É muito talento, mas pouca inteligência coletiva.