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Argentina vive sonho com Messi, bate França nos pênaltis e é tri da Copa

Em uma das maiores finais de todos os tempos, camisa 10 protagoniza roteiro dramático com final feliz para os argentinos, salvos nas mãos de Martínez

18/12/2022 14:55 / atualizado em 18/12/2022 17:26
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Messi brilhou, fez dois gols e ajudou a Argentina a sair da fila
foto: AFP

Messi brilhou, fez dois gols e ajudou a Argentina a sair da fila


O futebol devia a Lionel Messi a glória máxima. Na última chance da vida, como no mais dramático dos roteiros, o camisa 10 comandou a Argentina neste domingo (18) em uma das maiores finais de Copa do Mundo de todos os tempos. Após o alucinante empate por 3 a 3, os argentinos contaram com o brilho do goleiro Emiliano Martínez para vencer a poderosa e resiliente França de Kylian Mbappé por 4 a 2 no Estádio Icônico de Lusail, no Catar. Nas arquibancadas, a barulhenta e participativa torcida alviceleste chorou, vibrou e empurrou a seleção ao tão aguardado tricampeonato mundial.



Messi ergue a taça da Argentina, tricampeã do mundo



O título encerra uma angústia de 36 anos da Argentina em busca da terceira Copa. Ganhou a primeira das três taças em casa, em 1978. Depois, voltou a conquistá-la em 1986, regida por Diego Maradona. Do céu, como cantam os "hinchas" argentinos, o ídolo eterno viu o sucessor do trono, Lionel Messi, colocar fim ao jejum neste histórico 18 de dezembro de 2022, sob testemunha de quase 90 mil pessoas.

Aos 35 anos, Messi tinha avisado: esta seria a última das suas partidas em Copas do Mundo. Na chance derradeira, depois de cinco tentativas, o craque alcança o que tanto sonhou. Marcou dois gols - um no tempo regulamentar e outro na prorrogação - e comandou o time em uma partida dramática. Di María, com grande atuação enquanto esteve em campo, também marcou.

Do outro lado, o jovem Kylian Mbappé lamentou, mas também fez história. Marcou um hat-trick, feito raro em finais de Copa do Mundo, e fez renascer uma seleção que parecia batida em vários momentos. Mas o brilho do artilheiro do Mundial, com oito gols, não foi suficiente. Nos pênaltis, o futebol retribuiu a Messi tudo o que recebeu.

Argentina faz 1º tempo perfeito


Como em toda a Copa do Mundo, o técnico Lionel Scaloni fez da imprevisibilidade a maior força da Seleção Argentina. Surpreendeu a todos ao escalar o atacante Ángel Di María e deixar de lado um possível sistema com três zagueiros. Apostou no que esse time tem de melhor: a ofensividade.

Quando a bola rolou, encontrou uma França acuada, medrosa e impotente, mesmo tendo escalado o time considerado ideal. Não parecia final de Copa do Mundo. Desde o início, os argentinos foram melhores em todos os aspectos: técnico, tático, físico e, sobretudo, mental.

A campeã mundial de 2018 não arrematou contra o gol de Dibu Martínez durante toda a etapa inicial. Dominante, a Argentina teve em Di María e Messi as grandes armas ofensivas. Aos 23 minutos, o primeiro avançou à área em bela jogada individual e caiu após contato de Dembélé. A arbitragem assinalou pênalti, bastante contestado pelos franceses.

O gol de pênalti de Messi por todos os ângulos na final da Copa



Messi deslocou Lloris, abriu o placar e enlouqueceu a maioria argentina no estádio. Mesmo em vantagem, a Scaloneta não recuou. Continuou em cima e, num contra-ataque de almanaque, ampliou a vantagem aos 36 minutos após passe de Álvarez para Di María, que foi às lágrimas.

O gol de Di María por todos os ângulos na final da Copa



Didier Deschamps não esperou o fim do primeiro tempo para tirar Dembélé e Giroud, substituídos por Thuram e Kolo Muani. Apenas sombra do que foi ao longo do Mundial, Mbappé passou ao centro do ataque. Mas nada mudou na dinâmica da partida.



França ressurge com Mbappé


Inofensiva, a França tentava encontrar forças para reagir. Na volta para a segunda etapa, passou a ter a bola por mais tempo e tentou encurralar o adversário. Subiu as linhas, mas não conseguiu criar. E, como efeito colateral, deu mais espaço aos contragolpes da Seleção Argentina.

A primeira finalização da França em toda a partida foi aos 23 minutos, em cabeceio de Kolo Muani. Pouco depois, como uma estrela solitária, Mbappé também tentou, mas chutou para longe. O tempo passava, e a Argentina - que já não tinha mais Di María, substituído por questões físicas - se aproximava do sonho.

O domínio alviceleste era tão grande que, a 13 minutos para o fim do tempo regulamentar, os argentinos substituíram os cantos de apoio pelo "olé". Diriam os mais supersticiosos que a atitude deu azar. Na jogada seguinte, Kolo Muani aproveitou falha da defesa e sofreu pênalti de Otamendi. Na cobrança, Mbappé diminuiu e levou tensão à atmosfera do estádio aos 35 minutos.

O primeiro gol de Mbappé, de pênalti, que deu fôlego à França



Na jogada seguinte, o brilhante jogador de apenas 23 anos fez história mais uma vez. Recebeu no alto e, sem deixar a bola cair, acertou um voleio digno de craque: 2 a 2, aos 36 minutos, em mais um golpe no emocional argentino. Subitamente, o castelhano que se ouviu durante toda a partida deu lugar ao francês.

O segundo gol de Mbappé na final da Copa sobre a Argentina



Dali até o fim do segundo tempo, a ansiedade argentina e o ímpeto da França ditaram o ritmo em campo. De lado a lado, surgiram chances, mas o placar continuou empatado em 2 a 2. A decisão iria para a prorrogação.

Prorrogação


Assim como na reta final do segundo tempo, a França foi melhor no início da prorrogação. Aos poucos, porém, a Argentina equilibrou a partida e chegou a criar duas boas oportunidades, desperdiçadas por Lautaro Martínez.

O gol de Messi na prorrogação, fazendo Argentina 3 a 2



Mas no segundo tempo da prorrogação, dois dos grandes jogadores da história do futebol apareceram mais uma vez. Messi aproveitou rebote de Lloris e recolocou a Argentina na frente. O título estava perto, mas Mbappé faria mais um gol. De pênalti, o craque frances decretou o 3 a 3 e levou a disputa para os pênaltis.

O terceiro gol de Mbappé, dando empate à França: 3 a 3



Os pênaltis


Mbappé marcou o primeiro para a França
Messi marcou o primeiro da Argentina
Coman bateu, e Martínez defendeu pela Argentina
Dybala marcou o segundo da Argentina
Tchouaméni bateu para fora
Paredes marcou o terceiro da Argentina
Muani fez o segundo da França
Montiel fez o quarto e deu o título para a Argentina

Fotos da vitória da Argentina sobre a França nos pênaltis: 4 a 2



ARGENTINA 3 (4) X (2) 3 FRANÇA


Argentina

Dibu Martínez; Molina (Montiel, no intervalo para a prorrogação), Romero, Otamendi e Tagliafico (Dybala, aos 16' do 2°T da prorrogação); Enzo Fernández, De Paul (Paredes, aos 12' do 2ºT) e Mac Allister (Pezzella, aos 10' do 2°T da prorrogação); Messi, Di María (Acuña, aos 19' do 2ºT) e Julián Álvarez (Lautaro Martínez, aos 12' do 2ºT)
Técnico: Lionel Scaloni

França

Lloris; Koundé (Disasi, aos 16' do 2°T da prorrogação), Upamecano, Varane (Konaté, aos 6' do 2°T da prorrogação) e Theo Hernández (Camavinga, aos 26' do 2ºT); Tchouaméni, Rabiot (Fofana, aos 6' do 1ºT da prorrogação) e Griezmann (Coman, aos 26' do 2ºT); Dembélé (Kolo Muani, aos 41' do 1ºT), Mbappé e Giroud (Thuram, aos 41' do 1ºT)
Técnico: Didier Deschamps

Motivo: final da Copa do Mundo
Local: Estádio Icônico de Lusail, em Lusail, no Catar
Data e horário: domingo, 18 de dezembro de 2022, às 12h (de Brasília)

Gols: Messi, aos 23 do 1°T e aos 5' do 2°T da prorrogação', e Di María, aos 36' do 1ºT (ARG); Mbappé, aos 35' e aos 36' do 2ºT e aos 13' do 2°T da prorrogação (FRA)
Cartões amarelos: Enzo Fernández, aos 52' do 1ºT, Acuña, aos 53' do 2ºT Paredes, aos 8', e Montiel, aos 11' do 2°T da prorrogação (ARG); Rabiot, aos 10', Thuram, aos 42', e Giroud, aos 50' do 2ºT (FRA)

Público: 88.966 torcedores

Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
Assistentes: Pawel Sokolnicki (Polônia) e Tomasz Listkiewicz (Polônia)
VAR: Tomasz Kwiatkowski (Polônia)

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