Doha - Primeira campeã vigente da Copa a chegar a duas semifinais consecutivas na defesa do título desde o Brasil em 1994 e 1998, a França marcha firme no projeto de se tornar a terceira seleção a conquistar dois títulos mundiais consecutivos. Somente Itália (1934 e 1938) e Brasil (1958 e 1962) conseguiram o bi em sequência.
Em 2018, na Rússia, os franceses conquistaram o título sobre a Croácia.
Neste sábado (10), Mbappé, Giroud e companhia venceram a Inglaterra por 2 a 1 e estão novamente entre os quatro melhores da competição.
Na quarta-feira, novamente no Al Bayt, às 16h (de Brasília), os comandados de Didier Deschamps enfrentarão Marrocos, que despachou Portugal por 1 a 0, pela vaga na segunda final consecutiva, a quarta em participações no torneio. Eliminados, os ingleses seguem em jejum desde 1966.
O volante Tchouaméni abriu o placar para a França no primeiro tempo, mas Harry Kane igualou em cobrança de pênalti na etapa final. Giroud recolocou os bicampeões à frente e viu Kane desperdiçar a cobrança que poderia ter levado o clássico para a prorrogação.
Inglaterra e França não duelavam em mundiais havia 40 anos e não desperdiçaram a chance de entreter o público na tenda árabe erguida no deserto com um banquete tático, técnico, rico no debate de conceitos de futebol e com emoção do início ao fim.
Atual campeã, a França tomou as rédeas do jogo e tentou se impor desde o início com variação de opções para atacar pela direita, esquerda e o meio. Ao contrário do Brasil, por exemplo, dependente de Neymar, os gauleses encontraram alternativas diante da forte marcação inglesa no astro Mbappé. Griezmann e Dembele eram as válvulas de escape. As tramas pelos dois lados quase sempre buscavam o centroavante Giroud.
Agressiva, a França deu trabalho ao goleiro Pickford em uma cabeçada do camisa 9. O repertório da trupe de Didier Deschamps incluía ações ofensivas pelo meio. Em uma delas, Tchouaméni recebeu a bola depois de um lindo lance iniciado por Mbappé com toques na bola de Upamecano, Dembele e Griezmann e chutou de pé direito para colocar a bola no canto direito da Inglaterra aos 16 minutos do primeiro tempo.
A Inglaterra tinha a posse de bola, mas sofria com as rápidas transições em contra-ataque dos rivais. Atrás no placar, a Inglaterra avançou o time, passou a ocupar o campo da França e passou a ser mais vertical e objetiva na definição dos lances. Lloris começou a aparecer no jogo. Defendeu cheio de pose uma cobrança de falta de Shaw. Em outro lance, fechou a meta para o centroavante Kane, protagonista de um belo giro na frente de Upamecano, O duelo à parte entre Kane e Lloris continuou em um chutaço de fora da área.
A Inglaterra seguiu para o intervalo com a sensação de que o gol de empate estava amadurecendo e voltou para o segundo tempo cheia de moral. Um dos destaques da campanha no Catar, Bellingham obrigou Lloris a fazer milagre no início da etapa final. A pressão inglesa aumentou até os seis minutos. Saka invadiu a área e foi derrubado pelo autor do gol da França. Tchouaméni cometeu a infração.
No duelo entre os companheiros de Tottenham, Harry Kane pegou a bola, bater com perfeição, tirando Lloris da foto, e empatou o clássico europeu aos 8 minutos. Foi o segundo gol do artilheiro na Copa. Antes, ele havia marcado contra Senegal. Foi a senha para o início de um bombardeio à meta da França. No lance mais tenso, Maguire acertou a trave.
A França saiu das cordas aos 31, em uma cabeçada de Giroud para uma plástica intervenção de Pickford. O técnico Didier Deschamps só relaxou no minuto seguinte. Decisivo nos passes, Griezmann ergueu a bola na área e Giroud recolocou a França na frente do placar. Depois de passar a campanha do título na Rússia inteira sem marcar, o maior artilheiro da história da seleção gaulesa alcançou a marca de 53 gols.
Persistente, a Inglaterra partiu novamente em busca da igualdade e teve a oportunidade nos pés de Kane. O VAR auxiliou o árbitro goiano Wilton Sampaio na marcação de mais um pênalti a favor dos ingleses. O centroavante partiu para a bola e chutou alto, para fora. A França avança para enfrentar Marrocos.
Há possibilidade de final entre Mbappé e Messi, desde que o amigo do Paris Saint-Germain também avance contra a Croácia.
Há possibilidade de final entre Mbappé e Messi, desde que o amigo do Paris Saint-Germain também avance contra a Croácia.