Catar - Campeão mundial sub-20 em 1997, na Malásia, como lateral-direito, e da Copa América no ano passado como técnico, Lionel Scaloni vive um momento extraordinário aos 44 anos. Está a um confronto com a Holanda de levar o país de volta às semifinais. Há oito anos, os bicampeões deixaram o tri escapar contra a Alemanha, no Maracanã, por 1 a 0.
Scaloni entrou na sala de conferências do Qatar National Convention Centre depois da entrevista de Alexis Mac Allister. O principal tema da sabatina estressou o treinador: a possível ausência do importante volante De Paul nas quartas de final desta sexta-feira contra a Holanda, às 16h (de Brasília), no Lusail Stadium. Em determinado momento, ficou pistola.
"Por que você está me fazendo uma pergunta sobre a situação de De Paul?", questionou Scaloni. O jornalista argentino responsável pela pergunta bancou que o volante do Atletico de Madrid não havia treinado e por isso fazia o questionamento.
Chateado, Lionel Scaloni convocou a imprensa a vestir a camisa da Argentina em vez de tentar prejudicar a seleção. "Vamos jogar aqui pela Argentina ou pela Holanda? Não é do nosso interesse que a informação vaze", reclamou o treinador, visivelmente desconfortável.
O descontentamento do treinador tem a ver com a informação de que ele havia testado a Argentina em um sistema diferente para o duelo com a Holanda, esboçado no 5-3-2.
"A Holanda é muito equilibrada. Todos defendem e atacam como no futebol moderno. Vai ser um grande jogo, porque as duas equipes querem atacar sem descuidar da defesa", projeta.
O último mata-mata entre os dois países foi decidido nas cobranças de pênalti com triunfo da Argentina. O técnico holandês era Louis van Gaal. Dessa vez, Scaloni espera que a partida seja resolvida com bola rolando, mas disse que o time dele está pronto para os pênaltis. "Se acontecer, nós estaremos prontos", afirmou o treinado alviceleste.
Questionado sobre a preferência por Brasil ou Croácia em uma hipotética semifinal, Lionel Scaloni desconversou. "Não tem resposta para essa pergunta. Precisamos jogar", disse.