O Brasil não mudará de estilo em função da Croácia. Pelo menos é o que deixaram claro Tite e o auxiliar Cléber Xavier na entrevista coletiva de hoje para o duelo desta sexta-feira (7/12) contra a Croácia, às 12h, no Estádio da Educação, pelas quartas de final da Copa do Mundo. A comissão técnica projeta o seguinte cenário: um Brasil jovem em busca de rapidez na decisão dos lances e um adversário interessado em cadenciar o ritmo da partida.
"A qualidade técnica é muito grande no trio de meio-campistas da Croácia", disse Tite, antes de ser interrompido por Cléber Xavier.
"Nossa forma de dar ritmo não é só a posse, fazer a bola circular mais rápido ou verticalizar, é também na agressividade de marcação. Um bom trio de meio onde passa o jogo da Croácia. Vamos fazer a mesma marcação que fizemos contra outras seleções, forte. É o jeito que gostamos de gostar, temos que manter o nosso jogo. Sabemos como eles funcionam, vamos manter o nosso jogo", assegurou o assistente.
No fim da resposta, Cléber Xavier e Tite fecharam os punhos e trocaram soquinho como em uma clara comemoração de que a jogada ensaiada para a resposta deu certo. Tite tentou até interromper o auxiliar. "Tu não vais relevar tudo", brincou.
De volta ao microfone, Tite elogiou os atuais vice-campeões.
"Há, sim, uma qualidade técnica individual, uma qualidade técnica coletiva, resiliência e persistência. Eu fico com o foco de repetir padrões de atuação na Seleção. Reconhecer virtudes do adversário, mas nós repetirmos um padrão, fazermos um jogo de excelência. E aí, quem for melhor, poder passar, comentou.
O ex-zagueiro Ricardo Gomes é um dos responsáveis pela observação da Croácia. O dossiê dele está pronto e tem recomendações importantes.
"Ele trabalhou com muitos sérvios e croatas, treinadores e atletas, e ele coloca essa resiliência do croata. É um time experiente, com jogadores acima de 30 anos, com experiência de campeonatos europeus e vice-campeões na última Copa. A questão do ritmo é a nossa forma de preparar, a gente baixa muito o volume no treinamento, mantém a intensidade e procura leva-la para os jogos", explicou.
A Seleção jogou nove vezes sob o comando de Tite na Copa do Mundo em 2018 e 2022. Fez gol no primeiro tempo em apenas três, contra Sérvia e Suíça, ambas em 2018; e diante da Coreia do Sul nas oitavas de final.
"A gente quer sempre fazer o gol rápido para o adversário se abrir, mas às vezes não é possível. Se conseguirmos o gol no fim do jogo, contra uma equipe como a Croácia, a melhor defesa se não estou enganado, temos que trabalhar com essa tensão. Respeitando e sabendo da característica de equipe", ponderou Cléber Xavier.