
Stephanie Frappart, um dos 36 árbitros convocados pela Fifa para a Copa do Mundo, foi 4º árbitro em duas partidas até agora; mas ainda não entrou em campo
A edição de 2022 da Copa do Mundo é a primeira que conta com mulheres entre os árbitros e auxiliares convocados pela Fifa. São seis no total: três árbitras e três auxiliares. Mas a estreia de uma delas em uma partida de um Mundial masculino por enquanto é só uma promessa. Com metade dos jogos realizados, todas estão longe dos holofotes. No máximo, atuam como quarto árbitro, como aconteceu com a francesa Stéphanie Frappart . Enquanto isso, 28 trios formados por homens já foram escalados. Alguns, mais de uma vez.
Nem todos os árbitros e auxiliares convocados para uma Copa do Mundo chegam a ser escalados pela Fifa para o trio de arbitragem de uma partida. Mas o usual é que só fiquem fora da escala os países de menor tradição. Na Copa de 2018, por exemplo, um trio chileno, um japonês, e profissionais de nações como Tonga, Polinésia Francesa, Panamá e Etiópia não trabalharam dentro de campo em nenhuma partida.
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Uma delas é a auxiliar Neuza Back, uma das sete representantes do Brasil na Copa. O trio de Wilton Sampaio/Bruno Boschilia/Bruno Pires já fez duas partidas. Raphael Claus, com Rodrigo Figueiredo e Danilo Simon Manis, trabalhou em um jogo. Mas Neuza segue sem ser escalada para atuar no campo, apenas como auxiliar no VAR.
A outra é a francesa Stéphanie Frappart, primeira mulher a apitar um jogo masculino de Liga dos Campeões em 2020. Precursora na Europa, também foi a primeira em um jogo de Eliminatórias da Copa na Europa, em 2021. Entre todos os europeus, só ela e um trio da Romênia não foram escalados. Stéphanie foi a primeira mulher a trabalhar na Copa, mas como quarta árbitra, em México x Polônia.
Da Concacaf, seguem fora o trio formado por dois hondurenhos e um dominicano, e as duas mulheres convocadas: a mexicana Karen Diaz Medina e a norte-americana Kathryn Nesbitt, ambas auxiliares. Nesbitt foi eleita a melhor bandeirinha da MLS de 2020, entre homens e mulheres. Na Copa, não foi levada a campo.
Completam a lista a japonesa Yoshimi Yamashita, primeira mulher a apitar um jogo da Liga dos Campeões da Ásia, e Salima Mukansanga, de Ruanda, precursora na Copa das Nações da África. Ambas são árbitras de campo e estão tendo o mesmo destino do trio da Oceania, o do Peru e o da China: fora da escala.
Nenhuma mulher foi escalada para os jogos das duas primeiras rodadas da fase de grupos, nem para os jogos destas terça (29) e quarta-feira (30). Assim, sobram duas datas para a estreia, oito jogos dos grupos de E a H. Depois, o padrão é a Fifa escalar no mata-mata os profissionais que mais se destacaram até ali.
Assim, se a estreia de uma mulher não ocorrer entre quarta (30) e quinta (1), terá que ficar para a próxima Copa do Mundo, em 2026. E a Fifa terá que explicar por que priorizou mulheres na lista de quem não foi a campo.