CRISTIANO MARTINS, DANIEL MARIANI E LETÍCIA PADUA
A vitória do Brasil sobre a Sérvia, por 2 a 0, na quinta-feira (24), encerrou a primeira rodada da fase de grupos da Copa Mundo de 2022, disputada no Catar.
Dados analisados pela Folha de S.Paulo mostram que a Seleção Brasileira foi a que mais acertou finalizações, ao lado da Alemanha, considerando as 16 partidas que abriram a competição.
Diante dos sérvios, o Brasil deu 18 chutes, sem contar as tentativas bloqueadas. Acertou a meta nove vezes, exigindo algumas boas intervenções do goleiro Vanja Milinkovic-Savic.
As defesas dele não foram suficientes para mudar a história do jogo, como as de Shuichi Gonda na virada histórica do Japão sobre a Alemanha, por 2 a 1.
A tetracampeã conseguiu finalizar 20 vezes e também mandou nove bolas no alvo contra o time asiático. Quatro delas foram defendidas em sequência por Gonda, em uma mesma jogada, quando o placar ainda era de 1 a 0 a favor dos alemães.
No outro extremo, a Seleção Brasileira com menos chances criadas foi a da Costa Rica. Vítima da maior goleada da primeira rodada, a equipe caribenha não conseguiu finalizar nenhuma jogada sequer na derrota por 7 a 0 para a Espanha.
Em termos proporcionais, o melhor aproveitamento nos chutes foi o da Arábia Saudita. Foram duas oportunidades criadas e ambas convertidas na virada por 2 a 1 sobre a Argentina.
Outros dois indicadores ajudam a explicar esta que pode ter se tornado a maior zebra da história dos Mundiais.
A equipe de Lionel Messi foi a que mais caiu em impedimentos na primeira rodada. Com uma marcação alta dos sauditas, os argentinos tiveram dez ataques desabilitados, incluindo três gols anulados.
O time árabe também não aliviou nas disputas de bola. Foi a seleção com mais faltas cometidas, ao interromper 21 jogadas de forma irregular.
Já o ranking de desarmes legais foi liderado pelo Japão, com 29 bolas roubadas dos alemães.
Considerando também as interceptações, o time que mais destruiu jogadas do adversário foi o Irã. Os 32 cortes, porém, não evitaram a goleada de 6 a 2 sofrida para a Inglaterra.
Para fugir da marcação, o time inglês foi o que mais arriscou dribles, empatado com o Brasil. A diferença é que os europeus acertaram 13 de 24 jogadas individuais, contra apenas 5 da seleção canarinho.
Sem nenhuma surpresa, a Espanha liderou com sobras os rankings de passes tentados e efetivados. A nova geração do tiki-taka deu 1.045 toques e acertou 978. Muito acima da segunda colocada, a Inglaterra, com respectivamente 797 e 716.
Em relação à Copa de 2018, na Rússia, o número de jogos sem gols na rodada inaugural aumentou, de nenhum há quatro anos para quatro na atual edição. O total de gols marcados, no entanto, subiu de 34 (média de 1,06 por jogo) para 41 (1,32).
Com a nova tecnologia do VAR (árbitro assistente de vídeo) batizada de "impedimento semiautomático", as marcações de posição irregular também cresceram. Foram 53 lances, contra 43 na primeira rodada do Mundial anterior.
O número de faltas marcadas, por sua vez, diminuiu. De 441 nos jogos iniciais da última Copa (média de 14 por jogo) para 362 neste ano (11).