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Victor Ramos rompe silêncio sobre suposta participação em esquema de aposta

Zagueiro foi titular e capitão da Chapecoense em vitória sobre o Avaí na noite de sexta-feira (12)

13/05/2023 10:17
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Investigação sobre Victor Ramos é referente às atuações pela Portuguesa; ele foi contratado pela Chapecoense em março deste ano
foto: Divulgação/Julliana Paulino/ACF

Investigação sobre Victor Ramos é referente às atuações pela Portuguesa; ele foi contratado pela Chapecoense em março deste ano

 

O zagueiro Victor Ramos, que foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás e se tornou réu por suposto envolvimento em esquema de manipulações sobre apostas esportivas, segue atuando pela Chapecoense. Ele foi titular e capitão na equipe na vitória por 4 a 1 sobre o Avaí, fora de casa, na noite de sexta-feira (12), pela 6ª rodada do Brasileirão Série B. Depois da partida, ele falou sobre o caso pela primeira vez.

 

- Nego tudo. Não tenho envolvimento com nada. Minha cabeça está fria, está tranquila. Está na mão de Deus - disse, à NSC.

 

O jogador foi vaiado pela torcida do Avaí durante a partida. As primeiras reclamações dos torcedores adversários começaram já no minuto inicial do jogo. O zagueiro foi questionado se isso, em algum momento, poderia atrapalhar sua atuação. Ele primeiro quis ressaltar a vitória.

 

- Eu estou muito feliz. A vitória é do grupo, professor, comissão, diretoria. Nada me abala. Deus sabe de todas as coisas - afirmou.

 

Ele garantiu estar seguro sobre as investigações da Operação Penalidade Máxima II, que mira supostas manipulações em partidas do futebol brasileiro.

 

- Tranquilíssimo. Quem não deve não teme. Deus é maravilhoso. Estou tranquilo, vida que segue - disse.

Denunciado e réu

Victor Ramos está sendo investigado pelas atuações do ano passado, quando defendia a Portuguesa. Ele foi alvo de um mandado de busca e apreensão em abril, e foi denunciado pelo MP-GO. A Justiça acatou a denúncia e tornou o zagueiro réu.

 

A Chapecoense, à ocasião, emitiu uma nota em que dizia ter "confiança na integridade profissional do atleta".

 

- A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade.

 

A respeito da "Operação Penalidade Máxima" e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó - envolvendo um jogador do clube - a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta.

 

Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso - diz a nota.

Entenda o caso

Através da Operação Penalidade Máxima II, o Ministério Público de Goiás investiga ações de uma quadrilha visando a manipulação de jogos de futebol no Brasil em 2022 e 2023.

 

Os agentes do MP-GO investigam pelo menos 20 partidas das Séries A e B do Brasileirão de 2022, além de dois campeonatos estaduais de 2023, o Paulista e o Gaúcho.

 

A nova denúncia, apresentada à Justiça recentemente, foi feita com base em conversas de aplicativos de mensagens. Através delas, os investigadores puderam encontrar os valores oferecidos a cada atleta para que tomasse cartões amarelos ou vermelhos, ou até cometessem pênaltis.

 

Bruno Lopez de Moura, tido como líder da quadrilha no esquema, foi detido na primeira parte da operação, mas acabou solto após habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Outros 16 suspeitos podem virar réus no caso.

 

O MP-GO pede a condenação do grupo liderado por Bruno Lopez e o ressarcimento de 2 milhões de reais aos cofres públicos por danos morais coletivos.

 


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