
"Quem foi não vai mais voltar, mas vamos brigar até o fim para que, definitivamente, não acabe tudo em impunidade", disse Mara Paiva, uma das líderes da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense.
Saiba mais
Sobreviventes se emocionam em homenagem às vítimas de acidente aéreo com delegação da Chape Mãe de Danilo, goleiro da Chapecoense, afirma: 'Não tive ajuda de ninguém' Goleiro Artur Moraes, que assumiu a meta da Chapecoense, fala da responsabilidade Tragédia da Chapecoense completa dois anos, e sobreviventes tentam voltar à vida normal
Quanto ao clube, há cerca de 45 famílias processando-o reivindicando direitos trabalhistas. Já ocorreram algumas audiências, mas o caso ainda está longe de ser solucionado.
Por enquanto, as famílias receberam o seguro de vida pago pela Chapecoense e CBF (no caso dos funcionários do clube) e pelas empresas de comunicação (jornalistas). A equipe desembolsou o equivalente a dois anos de salário para cada um dos que morreram no acidente e a CBF ainda pagou mais um ano de salário, como determinava a lei. E os familiares dos jornalistas receberam valores variados, de acordo com o que foi acertado anteriormente por cada empresa e empregado. Logo após o acidente, também foram realizados diversos eventos para doação de recursos às famílias e gerou algo em torno de R$ 40 mil para cada um.
Em fevereiro de 2017, a Tokio Marine, uma das seguradoras da LaMia criou um fundo humanitário com a intenção de fazer acordos com os familiares e findar alguns dos processos contra a empresa. Na primeira negociação foi oferecido US$ 200 mil (R$ 772,5 mil) e nenhuma família aceitou. Meses depois, em uma nova reunião, o valor subiu para US$ 250 mil (R$ 965,6 mil) e cerca de 20 famílias aceitaram o acordo, que visava o pagamento da quantia. Em troca, elas tinham que assinar um termo de quitação que impediria qualquer ação na Justiça contra a LaMia e sua seguradora.
O número exato de acordos e quais famílias aceitaram o valor é sigiloso, mas é sabido que a maioria continua sua busca pelas indenizações e de uma forma de tentar amenizar a dor, através da Justiça. "A gente sabia que poderia ter sido evitado e a falta de responsabilidade do homem é que mudou a vida de tanta gente. Tivemos famílias com núcleos destruídos", explicou Mara.
AJUDA
No dia 24 do mês passado, a Chapecoense e a Associação dos familiares apresentaram a Fundação Vidas, uma instituição que funcionará como um fundo financeiro para dar suporte às famílias enquanto as indenizações não saem. O foco é oferecer ajuda na área da saúde, educação (para os filhos de quem morreu), moradia e alimentação.
A fundação procura parceiros interessados em ajudar as famílias e ficou acertado que todo o valor arrecadado será repassado de forma igualitária para todos os parentes, em pagamentos mensais.