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Médico da Chapecoense afirma que zagueiro Neto tem chance de voltar a jogar futebol

Médico não estipula tempo para possível retorno do sobrevivente da tragédia

Agência Estado
Neto foi recebido com festas dos torcedores no retorno a Chapecó, depois do acidente - Foto: FELIPE RAU/AFP
O retorno do zagueiro Neto para Chapecó na noite desta quinta-feira fez a torcida comemorar a recuperação do sobrevivente do desastre aéreo com a Chapecoense e a ter esperança da volta dele aos gramadosO médico do clube, Edson Stakonski, afirmou ser possível que no futuro o defensor retorne a jogar profissionalmente, mesmo depois de ter ficado com a vida por um fio após o acidente na Colômbia.

"Ele é um lutador, porque ficou oito horas esperando para poder ser resgatadoEle esteve muito mal há uns sete dias e em menos de uma semana estamos no BrasilA volta ao futebol? A chance existe", explicou o médicoStakonski acompanhou todo o trabalho de recuperação dos quatro sobreviventes brasileiros do acidente do dia 28 de novembro e retornou para Chapecó no mesmo voo que trouxe Neto.

Segundo o médico, é difícil estipular previsão de retorno por Neto ter sobrevivido a um acidente raro, com poucos parâmetros anteriores de comparação"Esse acidente é um trama cinético muito forteEntão, não se existe muita experiência sobre issoDe 71 mortos, somente seis sobreviveramIsso é uma vitória muito grande", comemorou.

Neto demonstrou medo em voltar a viajar de avião, mas durante as cerca de nove horas de traslado entre Medellín e Chapecó, incluindo uma parada em Manaus, permaneceu acordado"Teve algumas reclamações de doresComo ele é muito alto, quase não cabia na maca
Mas conversamos bastante, ele me contou da carreira de jogadorFoi uma viagem agradável diante de tudo o que vivemos nessa fase", explicouNeto foi o último sobrevivente brasileiro a voltar ao País.

O jogador de 31 anos ficará internado nos próximos dias no Hospital Unimed, em Chapecó, onde já estão o lateral Alan Ruschel e o jornalista Rafael HenzelO goleiro Follmann será transferido para o local nos próximos dias, assim que tiver a liberação no hospital Albert Einstein, em São Paulo.

"Quando cheguei na Colômbia, no dia do acidente, tínhamos o objetivo de trazer quem estivesse vivo, e cumprimos issoOs seis sobreviventes saíram de lá, tanto os nossos quatro, como os dois tripulantes bolivianos", comemorou o médico, que viajou vestido com uma camisa do Atlético Nacional.

A escolha pela roupa foi para homenagear o acolhimento dos colombianos"Eu precisava fazer uma demonstração de carinhoTivemos muita liberdade para trabalhar no hospitalNão sei se no Brasil deixaram fazer o que nós fizemosEspero que esse episódio reaproxime Brasil e Colômbia, porque são dois países com uma estrutura monstruosa, mas que não se enxergam", afirmou.