“Construímos amizade. Na verdade amizade não constrói, são afinidades que se cultivam. Cultivamos desde 97, quando ele estava parando de jogar e eu iniciando. Eu tive o prazer de jogar com ele e me tornar amigo. Infelizmente a gente perde um bom amigo. Guardo as melhores lembranças possíveis. Acho que ele vivia o melhor momento como técnico. Estava muito feliz e à vontade. Ele se sentia bem e falava disso. Infelizmente ele não pode concretizar a felicidade com a conquista do título. Teve essa tragédia e ficamos muito tristes”, disse Ricardinho em entrevista ao canal Fox Sports.
Apesar do tom triste e de despedida no velório de mais uma vítima da tragédia com o avião que ia para Medellín e deixou 71 mortos na última terça-feira, também houve espaço para homenagens e palavras de carinho sobre Caio Júnior. Logo na chegada do corpo, torcedores do Paraná Clube, time em que foi campeão paranaense em 1997 como jogador e levou à Copa Libertadores em 2006 como técnico, recepcionaram o comboio que trazia o corpo com muita fumaça e cantando o hino do time paranaense, além de exaltarem o comandante e a própria Chapecoense.
Antes mesmo da bola rolar, as homenagens às vítimas da tragédia de avião tomaram conta do estádio Atanasio Girardot. Das arquibancadas, a torcida gritava “Vamos, vamos Chape!”. Também foram vistas diversas homenagens em cartazes. “Campeões do céu”, “Futebol não tem fronteiras. Força famílias e povo Chapecoense”, e “Chegaram como nossos rivais, se foram como nossos heróis”.
A missa de corpo presente ficou lotada, mas Caio Júnior será cremado em uma cerimônia particular da família ainda neste domingo. O auxiliar do treinador, Eduardo de Castro Filho, o Duca, também passará por cerimônia semelhante. Já o analista de desempenho da Chapecoense, Luiz Felipe Grohs, o Pipe Grohs, será velado e sepultado no cemitério Iguaçu.
Apesar da presença de torcedores do três maiores clubes do Paraná – Coritiba, Atlético-PR e Paraná -, a missa foi tomada por paranistas, que relembravam os bons momentos do clube sob o comando de Caio Júnior. Camisas, bandeiras e faixas foram colocadas por todos os lados dentro e fora da igreja e, além de coroas de diversos segmentos da torcida, uma placa em agradecimento ao ex-treinador foi entregue à família na cerimônia particular, na Funerária e Crematório Vaticano.