Paulo Galvão
Enviado especial a Juiz de Fora
A família do zagueiro Marcelo se escorou na religiosidade para suportar a perda do ente querido no desastre aéreo que vitimou a delegação da Chapecoense, na ColômbiaOs familiares do jogador se mostraram bastante serenos, principalmente se for levado em conta a dimensão da tragédia
“O Marcelo tinha sonhos, mas o desejo de Deus a gente não contestaSe o chamou é porque era o momento”, argumenta Manoel Féliz Mathias, tio do defensor, que teve a carreira interrompida aos 25 anosSegundo ele, o sobrinho deixou a terra com missão cumprida“Ele queria ser jogador e foiEle queria ser pai e foiEle queria ver a família se mantendo sempre unica e viuAgora, vai seguir os designíos que Deus tem para ele”, declara
O jogador havia se tornado evangélico há quatro mesesEm Chapecó, passou a frequentar unidade da Igreja do Evangelho Quadrangular
“Tudo isso está nos levando a repensar nossas vidadsO mundo está carente de amor, temos de buscar ser sempre melhores, pessoas mais amáveisQuantas vezes deixamos de dar bom dia, de sorrir? Precisamos melhorar a cada dia”, diz Manoel, um dos muitos parentes presentes ao velório de Marcelo, que atrai muitas pessoas desde que foi aberto ao público, por volta das 9h30
Ele também elogia o comportamento dos colombianos, que desde o acidente vêm dando seguidas mostras de solidariedade não só à Chapecoense, mas a todos os brasileiros“Esperamos que esses atos mudem a vida das pessoasQuem sabe um ladrão o deixe de ser ao analisar tudo que aconteceu? Quem sabe um criminoso repense a vida diante de tantas demonstrações de calor humano?”
AGRADECIMENTO Já Maria Aparecida da Silva, a quem Marcelo chamava de Tia Cida, se mostrou satisfeita com o carinho dos juiz-foranos com o sobrinho“Temos de agradecer ao povo de Juiz de Fora pelo carinho com o MarceloA gente está triste demais, mas, por outro lado, contente por tanta gente vir aqui para se despedirIsso renova nossas esperanças”, declara ela