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TRAGÉDIA

Familiares do zagueiro Marcelo, da Chape, se apegam à religiosidade em momento delicado

Parentes comentam momento espiritual do atleta, que havia se tornado evangélico

Zagueiro da Chapecoense está sendo velado na Câmara Municipal de Juiz de Fora, sua cidade natal - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA PRESS


Paulo Galvão

Enviado especial a Juiz de Fora

 

A família do zagueiro Marcelo se escorou na religiosidade para suportar a perda do ente querido no desastre aéreo que vitimou a delegação da Chapecoense, na ColômbiaOs familiares do jogador se mostraram bastante serenos, principalmente se for levado em conta a dimensão da tragédia

 

“O Marcelo tinha sonhos, mas o desejo de Deus a gente não contestaSe o chamou é porque era o momento”, argumenta Manoel Féliz Mathias, tio do defensor, que teve a carreira interrompida aos 25 anosSegundo ele, o sobrinho deixou a terra com missão cumprida“Ele queria ser jogador e foiEle queria ser pai e foiEle queria ver a família se mantendo sempre unica e viuAgora, vai seguir os designíos que Deus tem para ele”, declara

 

O jogador havia se tornado evangélico há quatro mesesEm Chapecó, passou a frequentar unidade da Igreja do Evangelho Quadrangular

No velório deste domingo, na Câmara Municipal de Juiz de fora, a pedido dos familiares, um pastor comandou orações e hinos, além de ter ressaltado a importância de Deus na vida da família

 

“Tudo isso está nos levando a repensar nossas vidadsO mundo está carente de amor, temos de buscar ser sempre melhores, pessoas mais amáveisQuantas vezes deixamos de dar bom dia, de sorrir? Precisamos melhorar a cada dia”, diz Manoel, um dos muitos parentes presentes ao velório de Marcelo, que atrai muitas pessoas desde que foi aberto ao público, por volta das 9h30

 

Ele também elogia o comportamento dos colombianos, que desde o acidente vêm dando seguidas mostras de solidariedade não só à Chapecoense, mas a todos os brasileiros“Esperamos que esses atos mudem a vida das pessoasQuem sabe um ladrão o deixe de ser ao analisar tudo que aconteceu? Quem sabe um criminoso repense a vida diante de tantas demonstrações de calor humano?”

 

AGRADECIMENTO Já Maria Aparecida da Silva, a quem Marcelo chamava de Tia Cida, se mostrou satisfeita com o carinho dos juiz-foranos com o sobrinho“Temos de agradecer ao povo de Juiz de Fora pelo carinho com o MarceloA gente está triste demais, mas, por outro lado, contente por tanta gente vir aqui para se despedirIsso renova nossas esperanças”, declara ela