Somando as pessoas que tomaram as ruas, mais de cem mil pessoas participaram da homenagem, segundo a polícia colombiana.
A ambição, as rivalidades, as indiferenças e as paixões futebolísticas foram deixadas de lado pelo povo de MedellínO semblante de todos era de tristezaAs pessoas, uniformemente de branco, faziam suas homenagens individuais ou de forma coletivaNão foram poucas as faixas e cartazes em referência à Chapecoense e seus torcedores: “Uma nova família nasce”; “Futebol não tem fronteirasForça a família, torcida e ao povo Chapecoense”; “Estamos contigo, Chape”; “Todos somos Chape”; “Equipe imortalCampeões para sempre”; “Se foram como lendas”, diziam algumas delas.
Velas foram acesas por muitos torcedores e deixaram o cenário mais bonito e reflexivoNesse momento, o exército colombiano rondou o gramado com as bandeiras de todas as nacionalidades que perderam pessoas no acidenteEm seguida, os atletas do Atlético Nacional apareceram no gramado sem chuteiras, mas com flores nas mãos
“De coração, muito obrigadoNesse momento de grande tristeza para as famílias, para todos nós, as expressões de solidariedade que aqui encontramos, como a solidariedade que trás cada um de vocês, colombianos e torcedores do Atlético, ao estadio é um consolo imenso, uma luz quando todos estamos tentando entender o incompreensívelOs brasileiros jamais esquecerão a forma como os colombianos sentiram algo como esse terrível desastre, que interrompeu o sonho desse heróico time da Chapecoense, em uma espécie de condo de fadas com final trágico, assim como não esqueceremos a atitude do Atlético Nacional e de todos os torcedores que pediram que o título de campão da Copa Sul-americana fosse concedido à ChapecoenseUm gesto de honra ao esporte, um esporte de qualquer lugar, que honra a cidade de Medellín e que faz ainda maior as glórias do Atlético de Medellín”, falou Serra, ovacionado e com os olhos repletos de lágrimas.
“Depois do ocorrido na fatídica noite de terça, o Brasil acordou para uma realidade de uma festa que não existiu, de um jogo que não pôde ser realizadoQue as cores da Chapecoense, assim como do Atlético, sejam verde e branco, de esperança e paz”, continuou o ex-governador do Estado de São Paulo“Mas além da tragédia que vitimou os jornalistas e membros da tripulação, as inúmeras manifestações são testemunhos da nobreza do esporte como canalizador dos melhores sentimentos humanos e como ferramente de tolerância para construir um mundo melhorMuito obrigado, Colômbia, muito obrigado Medellín, muito obrigado Atlético, e a todos que aqui estãoA todos vocês, um abraço pessoal muito apertadoE dizer sobre a emoção de ouvir o hino que vocês fizeram questão de tocar aqui, quero dizer que em toda minha vida nunca tive uma emoção semelhante”, concluiu o ministro.
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Já na parte final da homenagem, que durou cerca de 1h45, crianças entraram em campo uniformizadas com as vestimentas de Atlético Nacional e Chapecoense e soltaram 71 balões em homenagem a cada pessoa morta depois da queda do avião contratado pelo clube catarinense
Os instrumentos da orquestra filarmônica de Medellín só não finalizaram a histórica homenagem no Estádio Atanasio Girardot porque os tradicionais tambores da torcida do Atlético Nacional entraram em ação e convocaram o cântico de “Vamos vamos, Chape”, entoados ainda mais alto pela última vez, pelo menos nesta quarta, pois fica claro que a ligação entre a instituição colombiana, uma das maiores do continente e fundada em 1947, estará para sempre vinculada ao modesto time de Chapecó, criado em 1973, mas que jamais será esquecido e foi simbolizado em uma frase estampada em uma das camisas criadas pelo Nacional: “Nada nos separa mais”.