No gramado, o mascote do clube, o índio guerreiro, tentava acompanhar a alegria da arquibancada, mas dentro da fantasia um homem choravaCleiton Dona, de 37 anos, vive de interpretar o mascote do time há 5 anos"Hoje (quarta-feira) a gente tenta, mas não dáÉ preciso de força, mas agora é difícil", disse Cleiton sem tirar a fantasia.
Às 21h15, o minuto de silêncio foi respeitado por todos no estádioDepois, crianças entraram com o uniforme do time; na sequência, ex-jogadores se juntaram a familiares das vítimas (Fabiano, que hoje está no Palmeiras, era um dos mais emocionados).
A cerimônia foi rápida, mas intensaDois pastores e o padre Igor, famoso torcedor da Chapecoense, falaram rapidamenteForam palavras de consolo e força - para os torcedores e para a cidade"O que se vivia era um sentimento fraternal de família", lembrava o padre
Minutos antes do horário daquele que seria o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, um grupo de ex-jogadores, atletas da base e dirigentes do clube deram a volta olímpica na Arena CondáA torcida emocionada acompanhou como se estivessem ali os campeões.
Um vídeo homenageando todas as vítimas do desastre aéreo foi exibido em um telãoDepois, sincronizada por uma contagem regressiva, a torcida entoou o grito de "é campeão", "é campeão".
Mesmo após a cerimônia, os torcedores permaneceram no estádioNinguém queria ir embora e perder aquele momento"Eu vou acampar no estádio até os corpos chegaremFico aqui o tempo que for preciso", disse Cristiano William Filho, de 19 anos, membro da Torcida Jovem da Chapecoense.
"Isso aqui é uma famíliaFoi como assistir uma celebração em família