"Ele estava com um pressentimento ruim. Disse que estava se sentindo pesado, cansado. Falou até que achava que alguma coisa ruim poderia acontecer com ele. Chorou porque pensava no futuro dos filhos", revelou nesta quarta-feira Laura Bitencourt, 43 anos, mulher do chefe da segurança do Chapecoense, Adriano Bittencout - uma das vítimas da tragédia aérea que vitimou 71 pessoas na madrugada de terça, na Colômbia.
Laura e os cinco filhos (Larissa, 19; Tiago, 17; Fernando, 14; Giovana, 9; e Mateus, 7) estiveram na Arena Condá para receber homenagens e conforto de funcionários da Chapecoense. "Minha filha se incomodou com essa conversa, falou que o pai estava falando besteira. Mas, enfim, era o que ele estava sentindo dias antes do acidente", afirma Laura.
Adriano trabalhava na Chapecoense há quase 3 anos. Já havia atuado como segurança de outros clubes da região. "Ele era tratado com muito carinho pelos jogadores. Era muito brincalhão e amigo", conta a mulher. "Quando eu vinha ao estádio, eles provocavam o Adriano dizendo que eu era bonita. Ele era ciumento e ficava bravo, mas era tudo levado na brincadeira", completa.
Laura se emociona ao lembrar que eles já estavam planejando o fim de ano. "Quando o campeonato acabasse, a gente já tinha combinado um cinema, uma tarde de shopping, um sundae... Depois, quem sabe, iríamos fazer uma viagem. Agora...agora nada".
TRAGÉDIA
'Ele estava com um pressentimento ruim', conta viúva de vítima de tragédia da Chapecoense
Laura Bitencourt, mulher do chefe da segurança do clube, lamentou acidente
Agência Estado
postado em 30/11/2016 12:55 / atualizado em 30/11/2016 14:46
Tags: futnacional chapeco