
Um guerreiro. É assim que a estudante Ester Cristina dos Santos, de 17 anos, define o zagueiro Hélio Hermito Zampier Neto, um dos sobreviventes da tragédia com o voo da Chapecoense. Ela e a família conheceram o jogador há mais de um ano, quando passavam férias no Rio de Janeiro. “A delegação da Chape ficou hospedada no mesmo hotel que a gente. Como gostamos muito de futebol, nos aproximamos deles. Com o Neto surgiu um afeto já de cara”, relembrou a jornalista Mara Cristina da Conceição, mãe de Ester e moradora de Sabará, na Grande BH.
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A fé sempre esteve presente na relação entre as duas famílias. “Somos evangélicos como eles. Inclusive, Neto me pediu orações para que a Chapecoense pudesse vencer a Sul-Americana”, disse Mara. Nas conversas com o zagueiro, Mara abre um sorriso num dia triste como ontem ao relembrar o papo que teve com o jogador quando o time desembarcou em Belo Horizonte para enfrentar o Galo pelo primeiro turno do Brasileirão. “Ele (Neto) nem veio para o jogo, mas ficou zoando a gente para torcer para a Chape, pois sabe que somos atleticanos”.
LUTADOR Mara e Ester não conseguiram falar com a família de Neto ontem. O pai Elano mora no Rio, e a esposa Simone e os filhos gêmeos do casal, Helen e Helano, em Santa Catarina. Não insistiram. Só intensificaram as orações para que o zagueiro resista e volte ao Brasil com vida. “Neto é um guerreiro. Uma vez ele me disse que para chegar aonde chegou teve que enfrentar muitas coisas. Sabemos que a luta dele agora é pela sobrevivência”, disse Ester. O estado de saúde do zagueiro era considerado grave até o fechamento desta edição.